Rússia se torna ‘potência global indispensável’

© AP Photo / Ivan SekretarevCaça de quinta geração russa Su-35
Caça de quinta geração russa Su-35 - Sputnik Brasil
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O massacre de Paris de 13 de novembro marcou um momento decisivo quanto às posturas dos líderes americano e europeus para com a Rússia e o seu papel no combate ao Estado Islâmico – agora Moscovo é cada vez mais vista como um aliado indispensável para enfrentar o maior desafio de todas as nações.

«As negociações de paz de Viena sobre a Síria colocam a Rússia como uma potência global indispensável", escreve Lucian Kim, jornalista sediado em Berlim. "Agora, com uma solução para a Síria sendo mais premente do que nunca, Obama não tem escolha a não ser tomar Putin a sério."

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Alguns especialistas consideram que os EUA e a Rússia estão a caminho de restabelecer relações normais. O presidente russo e o seu homólogo norte-americano se reuniram à margem da cúpula do G20, na Turquia. As agências de defesa e de inteligência dos EUA "também começaram a falar com os seus homólogos russos", acrescentou o jornalista em um artigo de opinião para a revista Slate.

Se este for o caso, o próximo passo lógico seria a criação de uma coalizão verdadeiramente global a tarefa de derrotar um inimigo comum cruel.

Uma coalizão contra o EI, que incluiria os EUA, a Rússia e outras potências interessadas, é "um imperativo imediato", escreveu Ingo Mannteufel para Deutsche Welle. "O presidente francês, François Hollande, e o seu homólogo norte-americano Barack Obama parecem estar pensando nesta linha».

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Hollande tem sido um dos que propõem esforços conjuntos contra o EI desde que o grupo terrorista levou a cabo uma série de ataques mortais em Paris na semana passada. Na próxima semana, o líder francês vai viajar para Washington e Moscou para pressionar a formação de uma ampla coalizão. Mas a cooperação, embora limitado no momento, já é uma realidade.

No início desta semana, a França e a Rússia concordaram em coordenar as atividades militares das suas forças navais no Mediterrâneo, o que poderá sinalizar o início de maior cooperação contraterrorismo entre os dois países, que recentemente sofreram ataques devastadores do EI.

No final de outubro, o grupo terrorista explodiu um avião russo de passageiros na península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo. No início desta semana, as autoridades russas confirmaram que o acidente foi um ato de terrorismo. Putin prometeu punir os responsáveis pela atrocidade.

Além disso, a França enviou um sinal claro para os EUA de que o Eliseu quer um envolvimento militar mais vigoroso na Síria. “Há limites do que podemos alcançar através de ataques aéreos. Vencer uma guerra requer o envio de forças terrestres”, disse o embaixador francês nos EUA, Gérard Araud, ao canal televisivo MSNBC.

"As palavras do embaixador sinalizam a profunda insatisfação de Hollande com a estratégia síria do presidente Obama. Esta entrevista também mostra a consequência estratégica mais ampla dos ataques em Paris. Depois de testemunhar a reação ridícula do presidente americano para com a atrocidade, a França está evitando discutir com Obama o Estado Islâmico. E não é apenas a França", escreveu Tom Rogan na National Review.

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Apesar dos apelos repetidos ao envio de mais tropas estrangeiras no terreno na Síria, muitos especialistas dizem que a força de combate capaz de se levantar contra o EI já está lá. Na verdade, as forças lideradas pelos Damasco foram capazes de lançar uma ofensiva em províncias-chave assim que receberam a assistência aérea da Rússia e estão gradualmente tomando as áreas anteriormente capturadas por militantes.

Além disso, a União Europeia parece estar tentando se reaproximar da Rússia. A Comissão Europeia quer promover a cooperação com a União Económica Euroasiática liderada pela Rússia. Além disso, o Parlamento da UE convidou dois altos deputados russos, Aleksey Pushkov e Konstantin Kosachev, bem como um conselheiro do Kremlin, Mikhail Fedotov, para uma audiência.

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