Barack Obama quer votar fechamento de Guantánamo, mas republicanos tentarão impedir

© AP Photo / Ben FoxPrisão de Guantánamo.
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O Departamento de Defesa dos EUA deverá enviar ao Congresso do país o plano de fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, até o final desta semana. Pelo menos é o que garantiu o porta-voz da pasta, capitão de Marinha Jeff Davis.

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Ele afirmou à mídia norte-americana que, simultaneamente à apresentação do documento aos parlamentares, o conteúdo será revelado para a opinião pública. Segundo o oficial, o plano oferece algumas possibilidades de transferências para os presos que estão atualmente em Guantánamo.

Embora apoiado em diferentes partes do mundo, o fechamento de Guantánamo não é garantia do fim da violação dos direitos humanos que caracterizou o local. Uma carta assinada pelo diretor executivo da Anistia Internacional dos EUA, Steven W. Hawkins, publicada em The New York Times nesta terça-feira (10), defende que o plano não é bom e que a prisão apenas mudariam de CEP, não contemplando a interrupção, por exemplo, das detenções por tempo indeterminado sem acusação.

A aprovação do plano exigirá bastante empenho dos congressistas democratas, uma vez que o documento enfrenta forte resistência dos republicanos. O fim da prisão é uma exigência de Cuba no processo de reaproximação com os EUA e foi uma das promessas de campanha à presidência de Barack Obama.

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Para cumpri-la, o atual chefe da Casa Branca terá uma dura batalha no Congresso. Os republicanos não querem ver o fim de Guantánamo com a assinatura dos democratas e tentarão proibir isto antes de votar o plano de fechamento. Eles colocarão em votação nesta terça-feira um projeto de lei que impede Obama de acabar com a prisão em Cuba.

Em agosto, o secretário de Defesa norte-americano, Aston Carter, assegurou que Guantánamo seria fechada até o final do atual mandato. Ele argumentou que o custo da prisão seria alto e que sua manutenção servia de manutenção para grupos terroristas.

Especialistas militares norte-americanos visitaram nos últimos meses algumas instalações prisionais que poderiam receber os presos de Guantánamo. Eles estiveram, entre outras unidades, em presídios em Kansas, Charleston e Fort Leavenworth.

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O Campo de Detenção da Baía de Guantánamo fica na base naval dos EUA na ilha. As prisões militares foram abertas em 2002 para abrigar presos acusados pelas autoridades norte-americanas como terroristas. Um ano depois, 773 detentos haviam passado pelo presídio, 680 ficaram. Atualmente, porém abriga somente 112, sendo que 53 podem ser enviados para outros países.

A redução significativa do número de presos e a pressão internacional pelo fechamento de Guantánamo começaram após denúncias da mídia norte-americana, em 2004, de torturas constantes aos presos no local. Dois anos depois, a ONU divulgou um relatório sobre os diversos casos de maus-tratos e pediu o fechamento do presídio. Muitos dos detidos permanecem atrás das grades até hoje sem qualquer acusação formal.

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