Embora apoiado em diferentes partes do mundo, o fechamento de Guantánamo não é garantia do fim da violação dos direitos humanos que caracterizou o local. Uma carta assinada pelo diretor executivo da Anistia Internacional dos EUA, Steven W. Hawkins, publicada em The New York Times nesta terça-feira (10), defende que o plano não é bom e que a prisão apenas mudariam de CEP, não contemplando a interrupção, por exemplo, das detenções por tempo indeterminado sem acusação.
A aprovação do plano exigirá bastante empenho dos congressistas democratas, uma vez que o documento enfrenta forte resistência dos republicanos. O fim da prisão é uma exigência de Cuba no processo de reaproximação com os EUA e foi uma das promessas de campanha à presidência de Barack Obama.
Em agosto, o secretário de Defesa norte-americano, Aston Carter, assegurou que Guantánamo seria fechada até o final do atual mandato. Ele argumentou que o custo da prisão seria alto e que sua manutenção servia de manutenção para grupos terroristas.
Especialistas militares norte-americanos visitaram nos últimos meses algumas instalações prisionais que poderiam receber os presos de Guantánamo. Eles estiveram, entre outras unidades, em presídios em Kansas, Charleston e Fort Leavenworth.
A redução significativa do número de presos e a pressão internacional pelo fechamento de Guantánamo começaram após denúncias da mídia norte-americana, em 2004, de torturas constantes aos presos no local. Dois anos depois, a ONU divulgou um relatório sobre os diversos casos de maus-tratos e pediu o fechamento do presídio. Muitos dos detidos permanecem atrás das grades até hoje sem qualquer acusação formal.