China e EUA: tensões no mar do Sul da China continuam

© AFP 2023 / POOL / RITCHIE B. TONGO Ilhas Spratly no mar da China Meridional
Ilhas Spratly no mar da China Meridional - Sputnik Brasil
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O chefe do Pentágono pretende visitar o porta-aviões norte-americano no mar do Sul da China, a ação parece que se torna uma reação dos EUA ao seu fracasso na conferência da ASEAN.

O representante oficial do Pentágono Jeff Davis disse aos jornalistas que na quinta-feira (5) o secretário da Defesa norte-americano Ashton Carter pretende visitar o porta-aviões Theodor Roosevelt que se localiza no mar do Sul da China. A declaração foi feita pouco depois de os EUA terem feito uma tentativa fracassada de “arrastar” uma resolução com críticas das ações chinesas naquele mar na reunião de ministros em Kuala Lumpur. O representante do Pentágono não esclareceu o objetivo da visita de Carter ao navio cuja presença no mar do Sul da China um leque de especialistas consideram como uma provocação.

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Todavia, o Japão não pretende apoiar os planos dos EUA, embora mais cedo expressasse a sua vontade de fazer isso. As Forças da Autodefesa (Forças Armadas) do Japão não tencionam patrulhar o mar no local de ilhas artificiais da China, mas este assunto pode ser examinado.  Durante o encontro com o seu colega japonês nas margens da reunião dos ministros da Defesa da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) o ministro da Defesa chinês Chang Wanquan destacou que a situação no mar do Sul da China não está entre os problemas que permanecem entre a China e o Japão. Exigiu que o Japão não tomasse quaisquer ações que agravem a situação na região.

Ao mesmo tempo, o ministro chinês avisou contra isso a Austrália que prestou a sua base naval à disposição dos EUA. Isso permite a navios norte-americanos controlar todos os caminhos marítimos no mar do Sul da China.

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Os ministros da Defesa dos EUA, Austrália, Japão, bem como da China e Rússia foram convidados para participar da reunião expandida anual dos chefes da defesa dos países da ASEAN em Kuala Lumpur como parceiros de diálogo com a associação. Mas a declaração final não foi assinada por causa de divergências sobre as ilhas disputadas no mar do Sul da China. No início a China conseguiu convencer os seus parceiros que o assunto não está na agenda da conferência. Mas os representantes dos EUA se manifestaram a favor de que críticas da China eram incluídas na declaração final. A China se expressou categoricamente contra isso e a reunião se acabou sem assinar um documento final.

Segundo o presidente do Centro de Estudos do Sul do Oceano Pacífico do Instituto de Problemas Internacionais, Shen Shishun, não convém perceber tal fim da reunião como uma vitória ou derrota de qualquer parte. Mas isso não corresponde aos interesses dos países da associação.

“Tinham a intenção de adotar publicamente uma declaração conjunta para seguirem as suas provisões com unanimidade depois. Tendo atingido o consenso entre eles os países da ASEAN podia, publicar uma declaração“, afirmou Shishun.

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Na sua opinião, se os países que não fazem parte da associação imporem a sua posição sobre todos os participantes da reunião será uma prática inaceitável porque levará ao fim da cooperação amigável e consultas nesta região.

Shishun acrescentou que o Ministério da Defesa chinês disse que toda a culpa pela cerimónia de assinatura duma declaração cancelada é de alguns países fora do Sudeste Asiático. Wanquan mesmo esclareceu que “alguns países da ASEAN ficaram não satisfeitos com a linguagem do projeto da declaração conjunta”.

Em 27 de outubro o Ministério das Relações Exteriores da China informou que o navio Lassen norte-americano entrou na zona marítima pertencente à China no mar do Sul da China perto das ilhas Spratly que reclama a China. A chancelaria chinesa expressou o seu protesto aos EUA chamando as ações de Washington de “uma provocação insolente” e ameaçando responder decisivamente à violação da sua soberania e interesses nacionais.

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