Cúpula das Universidades dos BRICS discute cooperação e integração acadêmica

ENTREVISTA COM ORLANDO AFONSO 2 DE 27-10-15
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Está sendo realizada em Moscou (26 a 28 de outubro) a Cúpula Global das Universidades dos BRICS, evento oficial da Presidência da Rússia no âmbito do bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Cerca de 400 representantes dos cinco países BRICS participam da Cúpula, organizada pelas Universidades MGIMO – Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, Estatal de Moscou Lomonosov, Amizade dos Povos e MISiS. Entre os temas do Fórum estão a mobilidade acadêmica, a migração educacional, os rankings e as cooperações entre as universidades.

O Professor Orlando Afonso Valle do Amaral, reitor da Universidade Federal de Goiás, presente ao evento, falou à Sputnik Brasil antes da abertura do Fórum. Ele destacou a importância do encontro para cada um dos países BRICS e, em particular, para o Brasil e para a instituição que dirige.

Sputnik: Como está se desenvolvendo a cooperação entre as universidades dos países BRICS?

Logo dos BRICS - Sputnik Brasil
Moscou sedia Cúpula Global das Universidades dos BRICS
Orlando Afonso Valle do Amaral: Espero que com esta visita nós possamos começar a nos conhecer melhor e no futuro termos algum tipo de colaboração. O que nós temos são vários professores que estudaram na Rússia no passado e hoje são professores da Universidade. Eu me lembro de pelo menos quatro professores que estudaram na Rússia. Na minha área de formação, que é a Física, nós temos quatro professores que se formaram aqui. E nós recebemos, por conta dos laços que eles tinham com pesquisadores e orientadores russos, dois professores russos na área de Física. Isoladamente, nós temos alguma cooperação, mas numa escala muito pequena, e as universidades da Rússia são muitíssimo importantes e seria interessante que nós tivéssemos mais interação.

Sputnik: E quanto aos outros países BRICS, como a China, por exemplo. Ou a Rússia é uma prioridade?

OAVA: Eu diria que nós temos mais relação, embora pequena ainda, com a Rússia do que com China, com a Índia e com a África do Sul. Com todos os países do BRICS nossas relações são ainda muito tênues, muito pequenas. Do ponto de vista pontual, em experiências individuais, eu acredito que nós temos mais interação com a Rússia do que com os outros países do BRICS. Já há uma base pequena para se construir algo maior com a Rússia.

S: E não se planeja algum intercâmbio entre estudantes ou mesmo professores?

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OAVA: Isto é sempre possível e sempre desejável também. O Brasil hoje tem um programa muito importante de interação dos nossos estudantes com outras universidades, que é o Ciência Sem Fronteiras. É um programa do Governo brasileiro muito importante para a formação dos estudantes e que possibilita que eles, ainda estudando graduação, possam ir para as melhores universidades do mundo: da Europa, dos EUA e da China. Eu não saberia dizer quantos vieram para a Rússia porque aqui há uma questão muito complicada, que é o idioma, e por isso os estudantes acabam preferindo boas universidades em países de língua inglesa, francesa ou espanhola, e menos a Rússia. Para Brasil e Rússia construírem uma cooperação mais forte, nós teríamos que escolher um idioma em comum, porque o português e o russo são pouco procurados. Talvez tenhamos que pensar numa língua – hoje a língua é o inglês – e incentivar nossos alunos e professores a falar outra língua.

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