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Alerta: faltam policiais para o combate ao tráfico de armas e drogas no Brasil

© Polícia FederalDrogas e fuzil apreendidos pela Polícia Federal em operação no Rio de Janeiro
Drogas e fuzil apreendidos pela Polícia Federal em operação no Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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Representantes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal denunciaram à Subcomissão Permanente da Câmara dos Deputados para tratar do Combate ao Crime Organizado que não há policiais suficientes para a luta contra o tráfico de armas e drogas no Brasil.

A entrada ilegal de armas de alto poder bélico pelas fronteiras do Brasil tem sido uma preocupação das autoridades de segurança do país, e, segundo os especialistas em segurança, o baixo efetivo policial só agrava a situação.

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O chefe da Divisão de Operações de Inteligência da Coordenação de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal, Moisés Dionísio da Silva, explica que, para garantir a fiscalização dos mais de 70 mil quilômetros de rodovias federais, existem hoje somente 10.300 policiais. E esse efetivo deve combater não só crimes de tráfico de armas e drogas, mas também outros crimes como contrabando e exploração sexual de crianças. Para dar conta de todas essas funções, Moisés Dionísio, no entanto, alerta ser preciso o dobro do número de policiais. “Para nos tornarmos mais eficientes hoje, seriam necessários cerca de 20 mil policiais”, disse a autoridade.

De acordo com os policiais federais, na fronteira o problema se torna ainda mais crítico. São apenas 2 mil agentes para patrulhar 23.102 quilômetros de fronteira. Das 400 unidades operacionais da Polícia Rodoviária Federal, 99 delas ficam na fronteira.

Mesmo com o déficit de policiais, de 2005 a 2015 a PRF conseguiu apreender 182 fuzis, 73 submetralhadoras, 3.420 pistolas, 3.174 espingardas, 7.543 revólveres e 885.495 munições.

Outra crítica feita por Moisés Dionísio é que no Brasil, legalmente, todo material apreendido não pode ser repassado para dar maior estrutura à corporação, ao contrário do que acontece em outros países, onde o que é apreendido passa para o patrimônio da polícia, para reforçar o combate ao crime organizado.

"Nós temos aeronaves apreendidas que estão paradas em depósito até hoje. Então, se os juízes já as dessem de imediato para a instituição policial, teríamos aeronaves para combater o crime e isso seria muito mais eficaz para as instituições policiais."

Durante a audiência, o chefe da Divisão de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas do Departamento de Polícia Federal, Luiz Flavio Zampronha, chamou a atenção para o fato de que o tráfico e o comércio ilegal de armas ajudam a aumentar o número de mortes por armas de fogo. Atualmente, o Brasil é líder em assassinatos por armas de fogo em números absolutos e está em 11.º lugar no número de assassinatos por 100 mil habitantes.

Zampronha criticou a falta de uma parceria maior entre as forças policiais dos vários níveis de governo para melhorar o trabalho de repressão ao tráfico de armas e drogas no país.

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“A integração entre as forças policiais poderia ser muito mais colaborativa do que nós estamos vendo hoje. Nós vemos uma postura defensiva entre os níveis de governo, federal e estadual, e às vezes até de confronto mesmo, de transferência de responsabilidade. Nós que estamos no nível operacional, no trabalho, no dia a dia, nossas relações com as forças estaduais são muito boas, e nós acreditamos num trabalho integrado. A Polícia Federal hoje já tem atribuição legal para atuar nos crimes de natureza interestadual, então nós não precisaríamos de uma reformulação da Constituição.”

Atualmente, o Brasil é signatário de vários acordos internacionais sobre o crime organizado, mas o texto do Tratado sobre o Comércio de Armas ainda está em análise na Câmara Federal.

No dia 27 de outubro, a Subcomissão Permanente voltará a se reunir para discutir o Combate ao Crime Organizado, sendo convidado para falar sobre o assunto o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que entregou em setembro à Câmara dos Deputados sugestões de mudanças no Estatuto do Desarmamento, pedindo punições mais severas para quem portar no Brasil armas de uso militar, além de granadas e explosivos.

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