Ações russas na Síria não deverão afetar relações com Turquia

© Sputnik / Dmitry Vinogradov / Acessar o banco de imagensBombardeiro Su-24 decola a partir de aeródromo de Khmeimim na Síria
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A operação russa na Síria não deverá agravar as relações entre a Rússia e a Turquia, disse em entrevista à RIA Novosti o embaixador russo na Turquia Andrei Karlov.

O diplomata russo destacou que é pouco provável que a operação aérea russa contra os grupos terroristas na Síria agrave as relações econômicas entre os dois países. 

"A operação da Força Aeroespacial da Rússia influencia as relações entre a Rússia e a Turquia, estamos observando isso agora. Mas acredito que, mesmo tendo em conta a tensão relacionada com a questão síria, isso não irá afetar as nossas relações bilaterais e o que é mais importante, o seu aspeto econômico. As minhas esperanças são fortalecidas pelas últimas declarações dos ministros das pastas econômicas do governo, que confirmam que a cooperação na construção da usina nuclear de Akkuyu, com projeto russo, continua com sucesso", disse Karlov.

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Segundo o embaixador, encontrar um outro país que possa substituir a Rússia e continue construir uma estrutura de tão grande envergadura é bastante difícil. Destacou que a Rússia não somente constrói a usina nuclear mas financia todo o projeto em pelo menos 20 bilhões de dólares.

Também lembrou as palavras do ministro da Energia e Recursos Naturais turco Ali Riza Alaboyun, que tem dito que o seu país não tem problemas de fornecimentos de gás da Rússia. 

"No ano passado celebrámos o 30º aniversário do início dos fornecimentos de gás à Turquia. Perguntei aos colegas turcos: 'Tiveram alguma vez durante estes 30 anos pretensões a fazer à Rússia em relação a fornecimentos de gás?' A resposta foi a mesma: ‘Não, a Rússia cumpre de forma correta as suas responsabilidades’. Estou seguro de que no futuro as iremos cumprir da mesma forma", acrescentou o embaixador. 

Quanto ao gasoduto Corrente Turca, o diplomata russo disse que o atraso na construção do gasoduto não tem qualquer motivação política, a não ser o facto de que a Turquia agora não possui um governo permanente.

"A Gazprom contava construir a primeira linha do gasoduto, que é destinada para a Turquia, até o fim do próximo ano mas agora o prazo foi adiado por um ano. Para a Turquia este projeto é importante para que seja abastecida de gás e acho que há muito tempo que quer se tornar um país de trânsito de gás russo para a Europa. […] Não vejo qualquer aspeto político no atraso da construção. Principalmente o atraso está ligado ao facto de que na Turquia há agora um gabinete de ministros interino. Depois das eleições de 1 de novembro será formado um novo governo e espero que, depois disso, as negociações se acelerem", afirmou Karlov.

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Na sua opinião, a construção da Corrente Turca é do interesse da Rússia bem como da Turquia. 

"Por isso, penso que o gasoduto Corrente Turca será implementado. A questão é que inicialmente se espetava que fosse composto por 4 linhas e agora se trata somente de duas linhas", acrescentou o embaixador. 

Mais cedo, o presidente da Gazprom, gigante energético russo, Aleksei Miller, disse que a empresa considera que é realista construir somente duas linhas do gasoduto através do fundo do Mar Negro para a Turquia, com capacidade de 32 bilhões de metros cúbicos por ano. Segundo Miller, o texto do acordo intergovernamental com a Turquia sobre a construção da primeira linha do gasoduto já está praticamente acordado.

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