David Cameron rejeitou posição de chefe do Estado Maior britânico para manter Síria em paz

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, rejeitou as advertências e planos do chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Grã-Bretanha, David Richards, sobre a síria. A afirmação está na biografia sobre o premiê escrita pelo ex-vice-presidente do Partido Conservador, Michael Ashcroft, e cujos trechos foram publicados pelo jornal Daily Mail.

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“Tem certeza de que estão apoiando o lado certo?” Perguntou para o primeiro-ministro o general David Richards, de acordo com o testemunho dos militares reunidos no controverso livro. O oficial defendeu a posição do presidente sírio para Cameron argumentando que “havia motivos para deixar (Bashar) Assad ganhar, porque, pelo menos, livrava a população da miséria”.

O parlamento britânico frustrou o objetivo de Cameron com a maioria de votos contrários aos bombardeios, em agosto de 2013, semanas após a reunião entre o primeiro-ministro e o chefe do Estado Maior.

Síria não foi a única cena de conflito entre o general e Downing Street, de acordo com a biografia intitulada “Call me Dave” escrita pelo milionário Lord Ashcroft com a jornalista Isabel Oakeshott. Segundo os autores, a Líbia deu origem a disputas recorrentes e atingiram o pico quando o oficial acusou o premiê de incompetência em táticas militares.

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Um dos trechos da obra relata que o oficial lembrou a Cameron que sua experiência como um cadete no elitista Eton College “não era qualificação para liderar detalhes táticos de uma coalizão complexa de guerra”.

O conservador Michael Ancram, ex-porta-voz da Defesa e das Relações Exteriores entre 2001 e 2005, por sua vez, acusa Cameron de “fazer na Líbia, o que Tony Blair fez no Iraque”, referindo-se à guerra que afundou o prestígio do ex-primeiro-ministro. “Estava determinado a mudar o regime”, diz agora sobre a ofensiva liderada pela Grã-Bretanha e pela França contra o líder líbio Muammar Khaddafi.

“Agora temos um país (Líbia) que não é governável… com vasta quantidade de armas do arsenal de Khaddafi deslocado para o sul armando o Boko Haram (na Nigéria). Eles são uma ameaça maior para nós do que era Khaddafi”, disse Ancram no livro de Ashcroft.

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A biografia, que será publicada em outubro, relata, embora sem documentação de comprovação, muitos detalhes sórdidos da vida pessoal e política de David Cameron. O livro conta detalhes de experiências do premiê britânico com drogas, orgias e trotes quando era aluno da Universidade de Oxford.

Lord Ashcroft insiste que a biografia não é uma vingança pessoal contra o primeiro-ministro, a quem ele acusa de renegar uma promessa de lhe dar um importante cargo no governo para chegar a Downing Street em 2010.

O gabinete de David Cameron se negou a comentar as afirmações contidas no livro.

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