Papa Francisco receberá famílias dos 43 estudantes desaparecidos do México

© REUTERS / Jorge Dan Lopez Pictures of some of the 43 trainee teachers who disappeared four months ago in Mexico
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O Papa Francisco receberá as famílias dos 43 estudantes desaparecidos na escola de magistério rural de Ayotzinapa, vítimas da repressão policial a um protesto em Guerrero, sul do México, em setembro de 2014. O encontro será realizado durante a próxima turnê do Papa aos Estados Unidos.

O pontífice receberá as famílias dos jovens mortos durante uma escala na Filadélfia. A informação foi divulgada pelo representante dos familiares, Emilio Navarrete, diante de centenas de manifestantes na praça principal da Cidade do México, o Zócalo, em frente ao Palácio Nacional. 

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Convidados pela Rede de Migrantes Unidos do México, as famílias assistirão o Encontro Mundial da Família Filadelfia 2015, que será realizada em 26 e 27 de setembro. 

O encontro com o Papa faz farte da “Jornada Global por Ayotzinapa”, que tem percorrido várias cidades do México, Europa e América Latina, inclusive no Brasil, por onde passou em junho deste ano com o slogan “Vivos os levaram, vivos os queremos: o desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa – México”. 

O pai do jovem desaparecido Jose Angel Navarrete reiterou o pedido dos pais ao governo do presidente Enrique Peña para "estender o mandato do grupo internacional de peritos independentes" da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para rever a investigação federal do caso Ayotzinapa.

Este grupo de peritos, conhecido pelas investigações de massacres na Guatemala, Espanha, Chile e Argentina durante ditaduras e guerras civis, vai entregar seu relatório final em 6 de setembro, no final de seu mandato de seis meses, mas criticou a falta de colaboração federal e manipulação das provas.

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"Em 11 meses não vimos uma pessoa que mantêm a sua palavra no governo", reclamou o pai, lembrando que no domingo de 15 agosto, houve uma reunião com o secretário de Governo, Angel Osorio, que prometeu prorrogar o mandato da Comissão, mas ainda sem torná-lo oficial.

Agricultores de origem indígena em uma área devastada pelo narcotráfico, os pais dos jovens acusam as autoridades de não investigar a cadeia de comando das autoridades envolvidas no massacre, especialmente o papel de uma unidade militar do exército em Iguala, 220 km ao sul, onde ocorre a tragédia.

De acordo com a investigação federal, os jovens foram massacrados por pistoleiros em conluio com a polícia e autoridades municipais, e os restos de seus corpos queimados em uma lata de lixo foram jogados em um rio; mas apenas um estudante foi identificado a partir de alguns despojos resgatados por estudos de DNA na Áustria.

As autoridades mexicanas impediram que os peritos da Comissão questionassem os militares ativos durante a noite de 26 de setembro em Iguala.


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