‘Ouro negro’ sofre queda recorde

© AP Photo / Fernando LlanoPoço de petróleo nos arredores da cidade El Tigre, no Cinturão de Orinoco, uma das regiões mais ricas em petróleo no mundo
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Na segunda-feira (24) o preço de petróleo Brent caiu para menos de 44 dólares por barril, o nível mínimo nos últimos 16 anos, segundo Bloomberg Commodity Index.

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Os especialistas dizem que a razão são os receios quanto à economia chinesa. O índice na Bolsa de Valores de Xangai caiu 8,5%, o que faz investidores pensar que outras economias da Ásia também podem diminuir os ritmos de crescimento que, na sequência, fará baixar a demanda de petróleo.

Além disso, o Irã influi negativamente sobre os preços do combustível. No domingo (23) Bizhan Namdar Zangeneh, ministro iraniano do Petróleo, disse que o seu país tem por objetivo aumentar a extração do petróleo “por todos os meios” para não perder a sua parte do mercado global.

O país é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e tem uma cota legítima, que antes não podia usar por causa das sanções, isto é, o país pode passar a produzir cerca de 4 milhões de barris por dia.

Muitas especialistas concluem que tais medidas irão somente aumentar o excesso da matéria-prima.

Mas’oud Derakhshan, professor de economia da Universidade de Teerã Alamé Tabatabaí, deu uma entrevista à Sputnik sobre este tema.

Segundo o especialista, tal queda do preço influi de maneira negativa sobre o mercado global de petróleo porque este preço não cobre a produção, consequentemente, a produção também vai baixar. O professor considera que assim, no futuro mais próximo, dentro de um ano ou ano e meio, o preço vai subir bruscamente. 

“Quando os preços caem, por um lado, os investimentos no setor petrolífero diminuem e, por outro lado, aumenta a demanda de petróleo. Ambos os fatores só prejudicam a economia global. Por exemplo, os investimentos nas energias alternativas, na energia solar ou eólica, vão se reduzir significativamente em tais condições”.

Mas’oud Derakhshan considera que a queda do preço do petróleo afeta os países-exportadores do combustível porque a estrutura da economia está diretamente dependente do rendimento recebido da venda do petróleo e das importações dos bens de consumo:

“Como mostrou a experiência, o preço do petróleo tende a registrar alterações bruscas. Por isso é extremamente irracional que o destino e a estrutura econômica dum país esteja dependente de um artigo que não tem um preço estável”.

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Por sua vez, estes países se recusam a reduzir a produção de petróleo em uma tentativa de recompensar as perdas.

Nomeadamente, os orçamentos dos membros da OPEP estão dependentes da venda deste combustível, em média, em 80%. Muhammad As-Sayyad, ex-chefe da Autoridade Nacional do Petróleo e Gás, considera que, em tal situação, eles terão que introduzir medidas de austeridade.

“Vale notar que os produtores do petróleo lutam pelos mercados. Nenhum país quer sacrificar a sua extração e perder a sua cota do mercado em prol de aumento do preço do petróleo”, opina o especialista.

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