Catalunha pode proclamar independência sem avisar Espanha

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Segundo Jordi Sánchez, presidente da Assembleia Nacional Catalana (ANC), um dos partidos que defendem a independência desta comunidade autônoma espanhola, o governo regional pode aprovar uma Declaração Unilateral de Independência mesmo sem pactuar um referendo com o governo central.

A declaração foi feita por Sánchez no domingo, quando ele concedeu uma entrevista à Catalunya Ràdio. Acrescentou que, caso as eleições de 27 de Setembro sejam ganhas pelos independentistas, o parlamento regional deverá manter as negociações com Madri sobre o referendo.

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O presidente da ANC insiste que um resultado das eleições positivo para a causa soberanista servirá como justificativa merecida para tal declaração. Contudo, reiterou que a declaração de independência não irá ser feita imediatamente depois das eleições. 

"Provavelmente não será nos próximos meses, mas, se houver uma maioria independentista, o caminho será esse, não tenham dúvida", frisou.

Já Joan Josep Nuet, da coalizão Catalunya Sí que es Pot (Catalunha Sim Pode), já reagiu dizendo que o bloco não apoiaria tal declaração unilateral, nem aceitaria Artur Mas (presidente atual da comunidade autônoma) ou algum outro membro do partido Convergència Democrática de Catalunya (CDC) como presidente.

Por sua parte, o candidato do Partido Popular de Catalunya (PPC), Xavier García Albiol, disse, citado pelo jornal El Periòdico de Catalunya, que o principal bloco independentista catalão, Junts pel Sí (Juntos pelo Sim), "insulta os catalães" ao não revelar a hierarquia do bloco no caso da sua vitória.

A coalizão Junts pel Sí foi criada em meados de julho para consolidar os esforços políticos do governo (CDC) e da oposição (Esquerra Republicana de Catalunya, ERC, partido liderado por Oriol Junqueras), ambos de tendência independentista.

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No final de semana, fontes locais informaram que em 2012, a Catalunha contribuía mais para a União Europeia do que a França.

Em 27 de setembro, a Catalunha celebrará as eleições antecipadas, anunciadas ainda no ano passado, depois do referendo independentista. Este foi qualificado como inconstitucional pelo governo espanhol, presidido pelo Mariano Rajoy, do conservador Partido Popular (PP).

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