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Opinião: Mesmo em crise, Brasil é visto como país com estabilidade institucional

Mariana Kalil
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A Nova Zelândia quer estreitar seu relacionamento comercial com o Brasil, especialmente nas trocas agrícolas. Para isso o representante para Assuntos de Comércio em Agricultura daquele país, Mike Petersen, esteve esta semana em Brasília, em visita ao Ministério da Agricultura e à CNA – Confederação Nacional da Agricultura.

Durante a visita, a embaixadora neozelandesa Caroline Biekey, que acompanhou Petersen, destacou que “Nova Zelândia e Brasil são nações agrícolas e com muitas coisas em comum, e por isso essas negociações internacionais são extremamente importantes, principalmente quando se tem uma instituição para representar os agricultores. Assim, a colaboração da Embaixada com a CNA será contínua.”

No Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mike Petersen convidou a Ministra Kátia Abreu a visitar o seu país e participou de uma reunião com a secretária de Relações Internacionais do Ministério, Tatiana Palermo. Na pauta do encontro, potenciais parcerias entre Brasil e Nova Zelândia para produtos lácteos, carne, vinho, horticultura e lã.

Para Mariana Kalil, professora de Relações Internacionais da UFF – Universidade Federal Fluminense, especialista em política externa do Brasil e representante para a América Latina da Associação Internacional de Estudos Internacionais, entidade sediada em Nova York, a intensificação da parceria comercial entre Brasil e Nova Zelândia também deve ser considerada do ponto de vista da política. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Mariana Kalil explicou:

“Não há necessariamente uma complementaridade entre as duas economias. Ou seja, há um teto, relativamente baixo, para a expansão comercial. Em compensação, há possibilidades de trocas em termos de investimentos, de experiências e serviços entre as duas economias. Por quê? Porque os dois países são grandes produtores agrícolas e podem fazer valer as suas experiências conjuntas perante organismos como a União Europeia. Então, o relacionamento Brasil-Nova Zelândia é muito mais político do que de trocas comerciais.”

Mariana Kalil também chamou a atenção para o fato de que Brasil e Nova Zelândia, como dois dos maiores produtores e exportadores mundiais de carne e lácteos, devem intercambiar experiências no setor tecnológico:

“Neste aspecto, o Brasil tem muito a aprender com a Nova Zelândia. Este país desenvolveu técnicas de produção que atendem muito bem aos interesses brasileiros.”

Em relação ao momento político pelo qual o Brasil está passando, Mariana Kalil não vê obstáculos à formação de novas parcerias:

“Há muitas pessoas que estranham este fato, perguntando como alguém deseja se relacionar comercialmente com o Brasil diante das dificuldades econômicas e políticas pelas quais o país está passando. A resposta é simples: a nossa crise político-econômica é muito menor do que a existente em outros países. Então, o Brasil é visto no exterior como um país que, mesmo em crise, mantém a sua estabilidade institucional e, desta forma, consegue atrair e manter parceiros e investidores.”

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