Irã tenta persuadir Turquia a unir esforços no combate ao terrorismo

© AFP 2023 / FABRICE COFFRINIJavad Zarif durante uma coletiva de imprensa em Lausanne
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, chegou com uma visita oficial à Turquia nesta sexta-feira.

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A visita do chanceler iraniano acontece um dia depois da conversa telefônica entre os presidentes dos dois países. Na quinta-feira, Hassan Rohani ligou para Recep Tayyip Erdogan. Os dois discutiram as perspectivas de solução de crises regionais, inclusive na Síria e no Iraque. O assunto do programa nuclear iraniano também constava na agenda.

“O Irã e a Turquia têm sempre estado juntos em circunstâncias muito difíceis, e hoje é a mesma coisa, nesta atual situação internacional difícil, nós deveríamos ser capazes de resolver [os conflitos] através de uma cooperação mais estreita”, disse Rohani.

A visita do chanceler iraniano que acontece hoje é uma continuação lógica desta conversa.

Segundo fontes oficiais, Zarif se reunirá na capital turca com uma série de altos cargos estatais para discutir vários assuntos, entre outros a crise na Síria.

Além disso, o chanceler do Irã, comentando ontem o acordo sobre o programa nuclear alcançado no mês passado, apelou os EUA a corrigirem a sua atitude “errada”:

“Seria ótimo aproveitar-se desta oportunidade histórica para ganhar a preciosa confiança do povo iraniano, que tem sido prejudicada por décadas de políticas hostis e erradas por parte dos Estados Unidos”.

Em breve, o chanceler iraniano visitará a Rússia. O assunto foi concordado na terça-feira da semana em curso, após um encontro entre o vice-chanceler russo Mikhail Bogdanov com o seu colega iraniano Hossein Amir Adollahian. Uma fonte na embaixada do Irã na Rússia disse que a data da visita ainda não é definida.

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As posturas da Rússia e o Irã em relação à situação no Oriente Médio são parecidas. Moscou e Teerã acreditam que as forças ocidentais deveriam reconhecer o governo de Bashar Assad e, além disso, procurar a criação de uma coalizão internacional mais inclusiva, com a participação do Iraque, Irã e outros países, até os curdos. Os alvos a combater devem ser os terroristas, e não os civis, dizem os diplomatas dos dois países.

Desde abril do ano em curso, o Irã tem tentado convencer a coalizão liderada pela Arábia Saudita a resolver o conflito no Iêmen por via pacífica. No entanto, Riad, em resposta, ameaçou Teerã de apresentar queixa contra ele no Conselho de Segurança da ONU.

Advogando pela paz

Durante o ano corrente, o Irã tem se manifestado várias vezes no palco internacional, advogando pela paz na região. Desta vez, tenta persuadir a Turquia da necessidade de combater os terroristas.

A Turquia está vivendo agora um momento de intensos combates na sua fronteira com a Síria. Desde há duas semanas participa da luta internacional contra a organização terrorista Estado Islâmico, proibida na Rússia e em outros países.

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Portanto, Ancara aderiu à coalizão internacional liderada pelos EUA. Inclusive colocou as suas bases aéreas, nomeadamente a de Incirlik, a maior do país, à disposição da Força Aérea estadunidense, cujos aviões decolarão de lá para atacar na Síria.

As fontes frisam que o presidente iraniano falava em combater o Estado Islâmico, no entanto, o seu colega turco disse, respondendo, que todas as organizações terroristas da região deviam se combatidas.

A Turquia considera como organização terrorista também o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), da minoria curda. Erdogan tem até afirmado que o alvo principal da sua operação era o PKK.

Erdogan considera também o governo sírio de Bashar Assad como ilegítimo, ao contrário do Irã, que reconhece a sua legitimidade e apoia o exército sírio na sua luta contra os terroristas.

Vale destacar que nesta quinta-feira (6), o chanceler sírio visitou o Omã. Foi a primeira visita oficial que Walid Muallem fez a um dos países do Golfo Pérsico desde o início da guerra civil na Síria, em 2011.

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