Opinião: A interferência ocidental no Oriente Médio resultou na Crise migratória da UE

© REUTERS / Pascal RossignolImigrantes tentando abrir caminho através de cerca junto à linha férrea perto de Calais, na França (29 de julho de 2015).
Imigrantes tentando abrir caminho através de cerca junto à linha férrea perto de Calais, na França (29 de julho de 2015). - Sputnik Brasil
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O presidente da República Tcheca, Milos Zeman está certo de que o Ocidente é culpado pela crise relativa aos imigrantes ilegais dentro da UE.

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A atual crise migratória na Europa é resultado da interferência ocidental nos assuntos internos dos países da região, disse o presidente tcheco Milos Zeman neste domingo (2).

Nos últimos meses, a Europa tem enfrentado a maior onda de imigração ilegal em anos, com milhares de pessoas arriscando uma perigosa jornada marítima ao continente europeu para tentarem escapar da violência no norte da África e no Oriente Médio.

"A atual onda migratória [para a Europa] está enraizada na louca ideia [dos EUA] de invadir o Iraque, que supostamente possuiria armas de destruição em massa, mas nada foi encontrado", disse Zeman em uma entrevista à imprensa local.

Em março de 2003, uma coalizão liderada pelos EUA que inicialmente incluía a Grã-Bretanha, Austrália e Polônia invadiu o Iraque, utilizando a acusação a seu líder, Saddam Hussein, de apoiar o terrorismo e possuir armas de destruição em massa.

O desejo da comunidade internacional em "restaurar a ordem" na Líbia e na Síria resultou na escalada de conflitos em ambos os países, levando pessoas a deixarem suas casas, acrescentou o estadista.

"Não é apenas dos Estados Unidos a culpa por isso, pois alguns Estados membros da UE coordenaram operações contra a Líbia", disse Zeman.

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O presidente ainda acrescentou que estava planejando falar na sessão regular da Assembleia Geral da ONU ao final deste ano e gostaria de sugerir às Nações Unidas a criação de formações militares para destruir campos de treinamento de terroristas.

Em 2011, enquanto começava a guerra civil na Líbia, uma coligação de vários Estados, que incluiu na sua maioria países membros da OTAN, deu início a uma intervenção militar no país com o objetivo de estabelecer um cessar-fogo imediato. A intervenção terminou com uma vitória decisiva da Aliança do norte, na escalada do conflito dentro do país e no posterior assassinato do líder líbio de longa data, Muammar Kaddafi.

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