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Internet de banda larga por fibra ótica chega ao extremo norte da Amazônia

© Exército BrasileiroCabos de fibra ótica pelos rios da Amazônia.
Cabos de fibra ótica pelos rios da Amazônia. - Sputnik Brasil
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Um projeto desenvolvido pela RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, acaba de inserir o Amapá na tecnologia de acesso à internet por fibra óptica. O Estado era o único do país a não ter ainda o moderno sistema de transmissão de dados.

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O processo realizado no Amapá é um pouco diferente do que vem sendo utilizado pela RNP, com apoio do Exército Brasileiro, no Projeto Amazônia Conectada, que visa a levar internet de alta velocidade por cabos de fibra óptica subfluviais para atender as cidades ribeirinhas do interior da Região Amazônica.

Segundo o diretor de Engenharia e Operações da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, Eduardo Grizendi, a instalação da fibra óptica foi viabilizada através da implantação de uma infraestrutura de cabo óptico sobre 1,8 mil quilômetros de extensão da linha de transmissão que leva energia da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, até Macapá e Manaus – o chamado Linhão de Tucuruí. “No Amapá, nós utilizamos uma linha de transmissão de energia elétrica que apelidaram de Linhão”, conta Grizendi. “Por ela passa um cabo-terra, e por dentro desse cabo de alumínio, dentro da linha de energia, entra um cabo óptico para-raios chamado de OPGW – Optical Ground Wire, carregando um sinal, uma conexão de internet.”

A instalação da fibra óptica no Amapá foi viabilizada em março deste ano para a RNP, e tem a parceria da operadora CompuService.

De acordo com Eduardo Grizendi, por conta da natureza acidentada e entrecortada por rios, o projeto do Linhão envolveu grandes desafios, como a travessia do rio Amazonas e a fixação de torres de 300 metros de altura, alternativa aérea que possibilitou a instalação dos cabos ópticos OPGW, dentro da linha de energia.

“Foi um desafio muito interessante. A empresa de energia teve que colocar torres muito altas, da ordem de 200 a 300 metros, e escolher ilhas, porque ali estamos falando de uma região entre Belém e Macapá que é o começo da foz do Rio Amazonas, Para completar a conexão, foram selecionados pontos para instalar as torres, e havia ilhas que não suportavam o peso da torre. Uma vez escolhidas as ilhas, foram instaladas as torres e aí se pôde fazer a conexão física, a linha de transmissão de energia passando entre elas.”

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O engenheiro Grizendi explica que antes da chegada da internet via cabos ópticos o Estado contava com a conexão via rádio. O braço da Rede Ipê da RNP que chegava ao Amapá tinha origem em Belém e oferecia velocidade de apenas 150Mb/s, com um link secundário de 75Mb/s, também por rádio, para fins de backup, o que resultava numa conexão intermitente, recorrente e condicionada a falhas.

“Sair de um atendimento em rádio, que era a realidade do Amapá, usando equipamento de rádio microondas, e passar para um atendimento em fibra óptica é uma transformação muito grande”, destaca Eduardo Grizendi. “Da ordem de 10 a 100 vezes a capacidade de um rádio, mais o fato de uma fibra não ter interferência nenhuma, e um rádio, se houver muita chuva, por exemplo, já perturba a conexão.”    

O engenheiro-chefe da RNP enumera os benefícios que o Estado do Amapá pode ter após a implantação da nova tecnologia, como o desenvolvimento da educação a distância, melhorias nos serviços de telefonia nas universidades, produtos e serviços de TV, inovação tecnológica e novas oportunidades de incentivar o empreendedorismo no ambiente acadêmico. “A partir do uso da fibra óptica, pensar em fazer downloads de vídeos, fazer transmissões em videoconferência, poder utilizar um ambiente de multimídia com vídeo, voz e imagem – isso não pode se fazer quando se tem uma conexão em rádio. Isso muda o ensino. Você pode ensinar com os alunos podendo usar vídeos, por videoconferência, assistir a um filme, às redes sociais”, conclui Eduardo Grizendi.

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