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Rio exporta modelo das UPPs para El Salvador

© AP Photo / Leo CorreaPoliciais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) revistam moradores do complexo de favelas do Alemão no Rio de Janeiro
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O modelo brasileiro da chamada polícia de proximidade e segurança cidadã implantado pelas UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora está atraindo governos estrangeiros, como é o caso de El Salvador, na América Central.

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Depois de receber na semana passada o ministro do Interior do Peru, José Luis Pérez Guadalupe, que também veio conhecer de perto o projeto de pacificação do Rio, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, entregou na terça-feira (28) ao ministro da Justiça e Segurança Pública de El Salvador, Benito Lara, e à diretora adjunta da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAid), Sarah-Ann Lynch, um toolkit, espécie de manual pedagógico, contendo o histórico do processo e os requisitos para a implantação de uma UPP – Unidade de Polícia Pacificadora.

A cartilha foi elaborada pela Subsecretaria de Educação, Valorização e Prevenção da Secretaria de Segurança, em parceria com a USAid.

Segundo o Secretário de Segurança José Mariano Beltrame, diversos países já se mostraram interessados no programa de pacificação, mas esta foi a primeira vez que a agência americana financiou o intercâmbio da política pública fluminense. “Formalmente foi El Salvador”, detalhou Beltrame sobre o interesse salvadorenho. “Fizemos esse toolkit, que nada mais é do que um manual pedagógico dizendo o que é o processo e quais são alguns requisitos genéricos que têm que ser obedecidos para que se possa construir uma UPP.”

O secretário de Segurança acrescenta que “já tivemos visitas de muitos países, mas informalmente, em reuniões internas, em que quiseram ver como funcionavam [as UPPs], como o próprio Panamá. Os americanos se interessaram, mas oficialmente, como lançamento de um produto em que está registrado o bê-á-bá de uma UPP, foi El Salvador o primeiro. Isso nos orgulha muito, porque é preciso deixar um trabalho dessa natureza registrado, e tomara que eles consigam, de uma certa forma, ver utilidade no que aplicamos aqui no Rio de Janeiro lá para El Salvador”.

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José Mariano Beltrame chamou a atenção para o fato de que as forças policiais na América Latina nunca vão conseguir combater a violência sem que o foco esteja na cidadania. “Eu entendo que o problema da violência urbana na América Latina é muito parecido, claro que com algumas peculiaridades. Nós temos problemas sérios de violência, e as nossas polícias, de uma certa forma, se comportam mais o menos do mesmo jeito. Mas eu entendo que as forças policiais devem tomar uma ação de protagonismo, e essa ação é para garantir a cidadania, porque a cidadania é que vai combater a violência urbana, não é a polícia. A polícia vai garantir a chegada de mecanismos que tirem o jovem e outras pessoas da possibilidade de práticas de violência urbana, porque a polícia sempre entra na consequência do fato. Na verdade, eu entendo que na América Latina nós precisamos reverter esse fato, ver as causas que levam à violência, porque a polícia entra sempre na consequência. Na América Latina sempre se fala: cadê a polícia? Tem que falar, cobrar, tem que ir atrás onde a polícia está, mas não se pode ter esse olhar míope somente em cima de forças policiais.”   

O ministro da Justiça e Segurança Pública de El Salvador, Benito Lara, disse que seu país passa por uma série de reformas estruturais. “Estamos construindo políticas públicas permanentes de emprego, saúde e educação, que vão nos permitir resolver os fatores de risco de comunidades vulneráveis, onde vivem pessoas com direitos e obrigações. Viemos ao Rio conhecer a experiência da polícia pacificadora e esperamos poder aplicar o modelo em nosso país.”

Segundo a diretora-adjunta da USAid, “o modelo do Rio pode ser aplicado em outros países, para fazer cessar a violência, criar mais oportunidades e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos”.

Atualmente, 9,500 policiais militares atuam em 261 comunidades com UPPs, atendendo cerca de 1,5 milhão de pessoas. Segundo os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio, nessas áreas houve redução de 65% dos homicídios e 82% da letalidade policial. O Secretário Beltrame destacou ainda que o mês de junho registrou  o menor índice de homicídios dolosos no Estado nos últimos 24 anos.

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