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Depois da greve dos táxis, Prefeitura do Rio vai recorrer à Justiça contra o Uber

© Tânia Regô/ Agência BrasilTaxistas do Rio protestam contra o aplicativo Uber
Taxistas do Rio protestam contra o aplicativo Uber - Sputnik Brasil
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Depois dos protestos de taxistas em várias cidades do mundo e em capitais brasileiras como São Paulo e Brasília, nesta sexta-feira (24) foi a vez dos profissionais do Rio de Janeiro realizarem uma grande manifestação contra o aplicativo Uber e também contra táxis clandestinos que trafegam no Estado.

Segundo a Prefeitura do Rio, cerca de 1,5 mil profissionais participaram do protesto, mas para a categoria foram pelo menos 3 mil. O protesto dos taxistas durou 6 horas.

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Protesto contra o Uber prejudica o trânsito do Centro do Rio de Janeiro
Logo nas primeiras horas da manhã, os taxistas partiram em comboio de diversos pontos da cidade, alguns vindos até de outros Estados, como São Paulo e Belo Horizonte. Eles se concentraram no Aterro do Flamengo, nas Zonas Sul e Centro cariocas, mas durante o trajeto interditaram várias vias, dando um nó no trânsito e deixando a pé muitos usuários dos táxis. No Aeroporto Santos Dumont, no Centro, longas filas de passageiros se formaram.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Taxistas, Marcos Bezerra, os profissionais de táxis não são contra o uso da tecnologia no atendimento ao público, mas querem proibir o aplicativo Uber, pois se trata de prática ilegal do serviço de táxi.

“Nós não somos contrários, de forma alguma, à modernidade. Tanto que hoje nós temos veículos modernos que trabalham com aplicativo regulamentado. Nós somos a favor da tecnologia, mas que ela seja feita dentro do carro regulamentado, dentro da categoria. Quem tem que prestar serviço de taxista é taxista.”

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Vereador paulistano: “Aplicativo Uber presta serviço ilegal de táxi e deve ser proibido”
Durante a manifestação, a empresa Uber respondeu ao protesto dos taxistas informando em nota que seus passageiros teriam direito a duas viagens de até R$ 50, entre 7h e 19h, sem pagar nada, pois se sabia que o dia ia ser problemático. "Sabemos que hoje será um dia complicado para a locomoção, e para não deixar os cariocas sem opção, hoje, todos poderão utilizar o Uber para qualquer lugar da cidade #orionãopara", divulgou o Uber.

A Prefeitura do Rio apoia os taxistas, e o secretário Municipal de Transportes, Rafael Picciani, disse à imprensa que não vai regulamentar o serviço do Uber, e nem de nenhum outro aplicativo do gênero, e que vai entrar na Justiça contra a empresa. “Essa é uma manifestação que vai para além de combater a pirataria, ela é a favor dos taxistas. É importante a Prefeitura entender não só aquilo que vem concorrendo ilegalmente com o taxista, que nós estamos tomando as providências necessárias, levando à Justiça, já que o Ministério Público entendeu que não era só prerrogativa apurar essa questão. Mas nós entendemos que uma empresa que tem registro em tecnologia e se financia através do transporte de passageiros é ilegal, já que a prerrogativa de regulamentar o serviço de transporte de passageiros é do município. Então, nós estamos tomando as providências no aspecto jurídico de combate a esse aplicativo e essas modalidades que nós julgamos ilegais, e ouvindo a população e os taxistas no que nós podemos oferecer ao taxista de melhoras.”

Além de combate ao Uber, o Secretário Picciani prometeu ainda para a categoria investimentos tecnológicos e de qualificação dos taxistas para melhorar o atendimento para a população, já que os usuários estão sinalizando que recorrem à concorrência por ela oferecer mais qualidade de serviço.

“A Prefeitura está trabalhando no desenvolvimento de uma plataforma tecnológica que dê aos usuários e aos taxistas essa ligação, já que a tecnologia hoje faz parte da concorrência, e é natural que a gente dê esse suporte aos taxistas, como identificar os pontos onde os profissionais precisam se requalificar, se reciclar, onde a gente precisa desburocratizar e diminuir os custos. Hoje o taxista leva de 25 a 30 dias do ano para poder regularizar a sua situação, são 25 a 30 dias a menos de faturamento para esse profissional, e é isso que nós não queremos.”

De acordo com o Rafael Picciani, foram concedidas no Rio 33 mil autonomias a motoristas para trabalhar com táxis.

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O Governo Estadual do Rio também é contra o aplicativo Uber. O secretário Estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, determinou que o Detro – Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro multe os motoristas do Uber. "Determinei que o Detro verifique se os veículos particulares estão fazendo transporte de passageiros. Se estiverem, serão autuados", disse Osório.

Já a Comissão de Combate à Pirataria da Assembleia Legislativa do Rio informou que vai colocar em votação na primeira semana de agosto um projeto de lei que prevê a proibição dos aplicativos de transporte de passageiros, como o Uber e o Resolve Aí. Segundo o presidente da Comissão, Deputado Dionísio Lins (PP), o projeto já conta com o apoio de 45 assinaturas de parlamentares contra os aplicativos.

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