Governador convidado trará ‘agentes’ da FBI para Odessa, na Ucrânia

© REUTERS / Ukrainian Presidential Press Service/Mykola LazarenkoPresidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, e novo governador da região de Odessa, o georgiano Mikheil Saakashvili
Presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, e novo governador da região de Odessa, o georgiano Mikheil Saakashvili - Sputnik Brasil
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Segundo o governador da região de Odessa (Ucrânia) e ex-presidente da Geórgia, a Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) criará um destacamento de polícia na cidade.

A decisão de criar um destacamento “de elite” e anunciar que o resto da polícia é um lastro foi mais um passo de grande risco da maneira de Mikheil Saakashvili, que é famoso pela sua paixão para conflitos:

"Dois dias atrás nós chegamos a um acordo com o FBI sobre criação da unidade especial composto de 50 pessoas para ser treinados".

Mesmo as palavras que o governador usou foram ricas de provocação:

“Para que estas 50 pessoas criem um lugar seco dentro deste pântano, onde eles não irão trabalhar para a criminalidade, mas para o povo”.

É imaginável como tais palavras serão interpretadas por vários mil policiais da cidade com um milhão de habitantes. Estas pessoas foram chamadas de "pântano" e também acusados de trabalharem para criminosos. Estarão ansiosos para servir sob a chefia de um governador como este e garantir a sua prosperidade e segurança? Para além disso, muitos não gostam do fato é o governador não ser ucraniano.

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Vale lembrar que o presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko, nomeou Saakashvili como o novo governador de Odessa em 30 de maio. Desde então o político georgiano tem criado vários focos de conflito na cidade, que já sofreu bastante com o massacre de 2 de maio de 2014 na Casa de Sindicatos. Na altura, pelo menos 45 ativistas do movimento de protesto contra o golpe de Estado ocorrido em Kiev morreram no fogo, supostamente iniciado por radicais ucranacionalistas do grupo Setor de Direita.

Agora no edifício notório Saakashvili planeja organizar o escritório do Ministério do Interior da Ucrânia, já chefiado por ex-vice-ministro do Interior da Geórgia, Georgi Lordkipanidze.

O novo governador mudou a administração de portos marítimos da cidade, da alfândega e começou o bloqueio total da vizinha Transnístria, assim como convidou pessoas polêmicas do estrangeiro para juntar o seu escritório.

Outra decisão provocante foi a nomeação de ex-ministro da Defesa da Geórgia, Zurab Adeishvili, ao postro de procurador-geral da Odessa. Ele é procurado por acusações de tratamento desumano de prisioneiros (ele é uma das principais figuras no escândalo que aconteceu na véspera de eleição em 2012 sobre torturas em uma prisão na Geórgia).

Na sua página na rede social Facebook, Saakashvili comentou nomeações novas e decisões que parecem ser convocadas não para beneficiar a cidade, mas para irritar a Rússia:

“Tudo o que mina Putin faz bom à Ucrânia e aproxima a nossa vitória”.

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Lembramos que Saakashvili, que governou a Geórgia entre os anos de 2004 e 2013, é acusado por uma série de crimes em seu país, incluindo violações dos direitos humanos, abuso de poder, desvio de fundos e desfalque de mais de 5 milhões de dólares. A Geórgia pediu repetidamente à Ucrânia para extraditar Saakashvili.

O ex-presidente também é conhecido por sua invasão fracassada na região da Ossétia do Sul em agosto de 2008, que coincidiu com os Jogos Olímpicos de Verão de Pequim e provocou uma resposta militar da Rússia. O conflito desastroso levou o reconhecimento oficial por parte da Rússia da Ossétia do Sul e da Abkházia como Estados independentes.

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