Tragédia do MH17: cinco perguntas que ainda ficam sem respostas

© Sputnik / Andrei SteninDestroços do Boeing-777 em Donetsk, no leste da Ucrânia
Destroços do Boeing-777 em Donetsk, no leste da Ucrânia - Sputnik Brasil
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17 de julho é o primeiro aniversário da derrubada de voo Malaysia Airlines MH17 no território ucraniano. Apesar das inúmeras teorias quanto à tragédia da aeronave, ainda há perguntas sem resposta e parece que a investigação internacional não tem vontade de as esclarecer.

1. Por que o avião se desviou do rumo original?

O Boeing-777, que pertenceu à Malaysia Airlines, seguiu o rumo dentro do corredor aéreo estipulado até chegar ao espaço aéreo sobre a cidade de Donetsk onde se desviou para o norte, local de combates intensos entre as tropas do governo ucraniano e as forças da República Popular de Donetsk, que não reconhece o governo de Kiev.

O desvio máximo do corredor aéreo foi de 14 quilômetros. Mais tarde, a aeronave tentou voltar para os limites de sua rota, mas não conseguiu realizar a manobra. 

Poderíamos saber a razão do desvio – o erro de navegação da tripulação ou não conformidade com as ordens do controlador de tráfego aéreo ucraniano – por meio de decifragem das caixas-pretas. No entanto, os dados nunca foram revelados.

2. Por que nem todos os documentos ligados à investigação do acidente foram publicados?

Possíveis sinais de estilhaços de um míssil nos destroços do MH17 - Sputnik Brasil
Donetsk revela documentos sobre queda do Boeing malaio no aniversário da tragédia
Em abril deste ano, o Ministério da Segurança e da Justiça holandês publicou 569 documentos ligados à investigação que está em curso na sequência de um apelo de vários meios de comunicação conforme a Lei de Liberdade de Informação vigente no país. Mas cerca de 147 documentos ainda estão classificados e os investigadores se recusam a os publicar. Além disso, as cópias digitalizadas dos documentos desclassificados continham alguma informação escondida.

3. Por que a Ucrânia não divulgou os dados sobre a deslocação de seus sistemas de defesa aérea e sobre os voos da sua Força Aérea no dia da tragédia?

Passado um ano depois do acidente, a informação ainda não é disponível.

Entretanto, em 21 de julho, 2014, Ministério da Defesa russo revelou registos de dados sobre o espaço aéreo do território de Donetsk momentos antes do acidente do voo MH17. Estes dados mostram que o avião estava ao alcance do sistema de defesa antiaérea BUK que pertence ao exército ucraniano.

No mesmo dia os radares ucranianos registraram uma atividade excessiva.

De acordo com os militares russos, um pouco antes do acidente um avião militar ucraniano, supostamente Sukhoi Su-25, foi avistado à distância de 3-5 quilômetros do Boeing malaio.

No entanto, Kiev nunca revelou gravações de comunicação dos controladores militares de tráfego aéreo ucraniano.

4. Por que a inteligência norte-americana nunca revelou provas da culpa das milícias do leste da Ucrânia que os EUA têm, como eles afirmam?

Alguns dias após o acidente, os EUA afirmaram que planejavam revelar os dados de sua inteligência que provam supostamente a culpa das milícias ucranianas. A inteligência norte-americana alegou que tinha em sua disposição algumas imagens de satélite, alguns dados de escutas e relatórios de mídia social. Os dados prometidos nunca foram revelados.

5. Por que a versão proposta pelos investigadores holandeses nunca foi confirmada por testemunhas?

Equipes de resgate no local da queda do MH17 no leste da Ucrânia - Sputnik Brasil
Primeiro aniversário da queda do MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia
A alegação de que o Boeing tivesse sido abatido por um míssil Buk terra-ar poderia ser facilmente suportada ou rejeitada pelas testemunhas: o disparo de um sistema de defesa aérea desse tipo é acompanhado não só de um barulho forte, mas também de efeitos visuais, como o fumo do combustível irradiado e poeira, que dificilmente poderia passar sem ser notados.

Em 17 de julho de 2014, o voo MH17 da Malaysia Airlines, que fazia a rota Amsterdã–Kuala Lumpur, caiu perto de Donetsk, matando todas as 298 pessoas a bordo. Forças de Kiev e os independentistas da região têm repetidamente culpado um ao outro pela tragédia.

Na quarta-feira (15) a Malásia introduziu no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a criação de um tribunal internacional de investigação do acidente do voo MH17.

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