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Ministro e empresários em BH: “Mais Brasil no mundo remete a mais Mercosul no mundo”

Empresários do Mercosul
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Durante o 5.º Fórum Empresarial do Mercosul, em Belo Horizonte, que está se encerrando nesta quarta-feira (15), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que o superávit comercial do Brasil com o grupo vai ser menor neste ano devido à desaceleração econômica dos países que integram o bloco.

Em entrevista coletiva no âmbito do Fórum Empresarial, o Ministro Armando Monteiro explicou que em 2014 o saldo da balança comercial entre o Brasil e o Mercosul foi superavitária em US$ 4,4 bilhões. “Nós já geramos superávits maiores, mas é evidente que com essa desaceleração da economia que afetou nossos países nós temos hoje uma situação diferente”, observou Armando Monteiro. “Na realidade, isso não é negativo de todo. Nós já geramos um superávit com o bloco de quase US$ 12 bilhões, e isso caiu para um nível de US$ 3 bilhões, 4 bilhões, mas o importante é que os países-parceiros ampliem as suas vendas para o Brasil, para que a relação seja equilibrada. Ou seja, o Brasil não quer gerar superávits contínuos. O Brasil quer que essa relação seja cada vez mais uma relação equilibrada, onde todos ganham, porque essa é uma condição fundamental para a manutenção de todo o bloco.”

Durante o Fórum – que antecede em dois dias a Cúpula do Mercosul em Brasília e debate o aumento de investimento e do comércio entre os países do grupo, além de promover a integração regional produtiva do bloco econômico –, o ministro disse que o Mercosul é estratégico para o Brasil na exportação de itens manufaturados e defendeu uma maior participação do bloco no comércio exterior.

Para o Ministro Monteiro, a ideia de “mais Brasil no mundo remete necessariamente à de mais Mercosul no mundo”, enfatizando que não se pode permitir o isolamento do bloco. “Nesse momento de transição o Brasil identifica que o comércio exterior é um canal muito importante para retomar o crescimento da economia brasileira, e pode oferecer a curto prazo uma perspectiva até de compensarmos o efeito dessa retração que se observa no mercado doméstico, porque a exportação e o comércio são uma forma de contratar demanda externa. Portanto, quanto maior for a presença do Brasil em todas as regiões do mundo, e especialmente na medida em que o Brasil se integre mais a essa rede de acordos internacionais, melhorando o acesso dos produtos brasileiros a esses mercados, isso vai se constituir num elemento muito importante, num vetor de crescimento da economia brasileira. O desafio que temos é que nós não nos condenarmos a uma posição de isolamento. O Mercosul precisa se integrar de maneira mais efetiva a essa rede de acordos internacionais.”

Armando Monteiro destacou que o PIB do Mercosul em 2013 alcançou US$ 3,3 trilhões, o equivalente a 77% da economia de toda a América do Sul. O bloco, em 2014, atraiu investimentos da ordem de US$ 72 bilhões. O ministro ressaltou a importância da pauta comercial intrabloco. "As exportações brasileiras para o bloco são formadas em 77% por produtos manufaturados. No caso das importações, esse indicador alcançou 81%."

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sugeriu como medidas que o bloco precisa participar mais de redes de acordos internacionais e integrar processos produtivos, pois existe potencial de investimentos nos setores automotivo e de brinquedos, e em segmentos como petróleo e gás, naval e de eletroeletrônicos, além de destacar o acordo feito com a União Europeia. “Nós estamos com uma meta ambiciosa este ano, a de iniciar as trocas de ofertas comerciais entre o Mercosul e a União Europeia. Esse é um passo muito importante nesse processo de fortalecimento do bloco, e para essa posição nós estamos firmemente empenhados. É uma ação que se realiza com a participação de todos os países do Mercosul. Estamos perto de finalizar a oferta comum do bloco para lograrmos a obtenção de um acordo como esse. Nós temos que fazer uma oferta que corresponda a um determinado universo tarifário e de produtos para que se possa viabilizar o acordo. O maior desafio é harmonizar essa oferta dentro do próprio bloco, já que os países têm realidades econômicas distintas.”

Ao ser indagado se o superávit comercial total nacional seria por conta da queda de importações, Armando Monteiro disse que entende a situação de uma outra forma e lê o que está acontecendo pela ótica da queda de preços das principais commodities vendidas pelo país no mercado internacional. ”Eu prefiro ler da seguinte forma: nós estamos exportando maior volume este ano, já temos um aumento físico de quase 8% (até junho), e não estamos com um desempenho maior porque o preço de alguns produtos que o Brasil vende caiu no mercado internacional, mas, se tivéssemos os mesmos preços de 2014, teríamos gerado um superávit na balança comercial de US$ 18 bilhões. O que significa dizer que nós tivemos uma perda com a queda de preços de quase US$ 15 bilhões nesse período. Apesar disso, o Brasil já virou a balança, nós já estamos com o superávit acumulado de quase US$ 3 bilhões, tínhamos até fevereiro um déficit de US$ 6 bilhões e temos certeza de que fecharemos o ano com superávit expressivo.”

Para alavancar as exportações, o Ministro Armando Monteiro ressaltou que é preciso estimular uma maior participação da indústria e agregar valor aos produtos básicos brasileiros, mas garantiu que o Governo não está preparando um novo pacote de incentivo à indústria, afirmando que há outras boas medidas no Plano Nacional de Exportação, como financiamentos, aperfeiçoamento de regimes tributários e desburocratização do trânsito aduaneiro.

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