Analistas: EUA testam nova bomba nuclear para colocá-la na Europa

© flickr.com / Dave Bezaire & Susi Havens-BezaireA bomba B61-12
A bomba B61-12 - Sputnik Brasil
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Os testes dos EUA de um novo projeto de bomba atômica fazem parte da modernização prevista do arsenal nuclear dos Estados Unidos na Europa, acreditam os especialistas internacionais.

A bomba B61-12 sem ogiva foi lançada pelo caça F-15E a partir do polígono de Tonopah em Nevada, no oeste do país. Os testes foram reconhecidos como bem sucedidos. Este é o primeiro de três testes da bomba previstos para este ano. A bomba, no entanto, é apenas uma modificação da amostra que foi criada em 1960, mas isso, de acordo com especialistas russos, não diminui a importância do evento.

O redator-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional), Igor Korotchenko, acredita que o teste da nova bomba americana está relacionado com a modernização planejada da capacidade nuclear dos EUA.

"Esta modernização será usada principalmente no interesse das armas nucleares táticas dos EUA deslocadas na Europa. Assim, os EUA melhoram as suas capacidades de ataques nucleares tácticos contra o inimigo potencial em caso de uma guerra verdadeira com o uso da Força Aérea, incluindo dos Estados-membros da OTAN", disse o especialista à RIA Novosti.

Korotchenko notou que, atualmente, as  armas nucleares táticas dos EUA são armazenadas no território de vários países-membros europeus da aliança.

Na opinião do diretor do Centro de Estudos Político-Militares da universidade russa Mgimo, Aleksei Podberezkin, os EUA querem desenvolver o potencial das suas forças armadas em conflitos militares de baixa intensidade e, por isso, eles precisam, em particular, dos tipos de armas que foram desenvolvidos para as guerras na Europa, ou seja, a munição tática, incluindo nuclear.

"Isso deve garantir a preservação da superioridade dos Estados Unidos em certos teatros de Guerra, por exemplo, no Sudeste Asiático no caso do conflito com a China <…> Nem os EUA, nem a China estão interessados em um conflito local ou em uma guerra nuclear global. Mas é impossível prever como ações militares vão se desenvolver no caso de, por exemplo, um conflito no Sudeste Asiático, ou um conflito com Taiwan", explicou Podberezkin.

O presidente da organização "Parlamentares pela não-proliferação nuclear e desarmamento", Jean-Marie Collin, disse à Sputnik que agora a В61 tem o significado mais político do que militar.

"Há uma questão sobre o uso de armas desse tipo no século XXI, enquanto isso fazia sentido durante a Guerra Fria na década de 1980. Em qualquer caso, estamos a falar de armas nucleares com todos os riscos. O teste nuclear nos Estados Unidos mostra que os países com capacidade nuclear não querem se desarmar", disse Collin.

Por sua vez, o presidente da Academia russa de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov, opina que o lançamento da modificação de B61-12 deverá ser um incentivo para a modernização do potencial nuclear da Rússia, porque é o único impedimento em caso de potencial agressão da OTAN.

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