EUA estão preocupados com combates entre Estado Islâmico e Taliban no Afeganistão

© AFP 2023 / Noorullah ShirzadaMembros doTaliban
Membros doTaliban - Sputnik Brasil
Nos siga no
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) não limita as suas atividades ao território do Oriente Médio, ele está tentando abrir uma "segunda frente" no Afeganistão.

O Estado Islâmico já anunciou a criação de "província de Khorasan" que inclui todo o Afeganistão e o Paquistão, partes da Ásia Central e leste do Irã. Vários milhares de partidários do EI já estão presentes em mais de 20 províncias do Afeganistão.

De acordo com a inteligência dos EUA, agora, um novo grupo, composto por ex-talibãs e representantes da célula afegã do Estado Islâmico, está lutando no leste do país com as principais forças do Taliban, relata a BBC.

Uma forte explosão atinge o bairro diplomático de Cabul . Foto de arquivo - Sputnik Brasil
Parlamento do Afeganistão é atacado
Os representantes do contingente militar dos EUA no Afeganistão afirmam que o Taliban se separou e uma parte dos militantes fez uma aliança com os jihadistas. Por sua vez, o Estado Islâmico exortou todos os talibãs a pararem a luta e se juntarem a eles.  Em caso de recusa, os combatentes islâmicos ameaçam aos talibãs com a morte.

Como disse à Sputnik o especialista iraniano Pirmohammad Mollazehi, o EI é uma sistema ideológico que não tem identidade geográfica ou nacional. Os seguidores do EI no Afeganistão são grupos extremamente insatisfeitos com a situação atual no país.

Ele observou que o Estado Islâmico e o Taliban têm ideologias diferentes. O Taliban quer estabelecer um governo com base na sharia (lei islâmica) apenas dentro do Afeganistão e, parcialmente, no norte do Paquistão (Vaziristão do Norte). Já o EI planeja  espalhar a sharia em todos os países islâmicos, e, em seguida, exportá-la para todo o mundo.

 “O Taliban tem medo de aparecer uma força nova que venha a suplantá-lo e a afastá-lo da arena política afegã.  É bem sabido que no Afeganistão sempre existiram a rivalidade tribal e confrontos entre grupos ideológicos. Por isso não é possível que o Taliban reconheça o poder do EI”, disse Mollazehi.

O contingente dos EUA está preocupado com a situação no Afeganistão, notando que, sem o apoio internacional, as forças de segurança locais não serão capazes de lidar com os dois maiores grupos islâmicos.

Anteriormente a agência RIA Novosti também informou, com referência à ONU, que as autoridades afegãs não conseguirão resistir aos combatentes do Taliban sem apoio internacional. O exército precisa de helicópteros de ataque, que anteriormente eram fornecidos pela Força Internacional de Assistência à Segurança.

Estado Islâmico - Sputnik Brasil
Jogos terroristas: Estado Islâmico e Talibã declaram jihad um contra outro
“Financeiramente, as forças de defesa e segurança nacionais afegãs são totalmente dependentes dos Estados Unidos. O Ministério da Defesa afegão informou oficialmente que o exército do país custa aos EUA 12 milhões de dólares por dia. Reduzir o apoio financeiro é impossível porque o exército não será capaz de funcionar e a vantagem vai para lado do Talibã”, disse a fonte no ONU.

Entretanto, numa recente reunião com o presidente russo Vladimir Putin, o ex-presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, notou que o Ocidente e os Estados Unidos têm os seus próprios interesses na região. Segundo o político, eles têm contribuído para a exportação das ideias do Estado Islâmico para o Afeganistão e a Ásia Central e o seu objetivo global é enfraquecer a influência da Rússia e da China na região.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала