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Dilma convida empresários americanos a participar do programa de infraestrutura no Brasil

© Roberto Stuckert Filho/PR / Acessar o banco de imagensA presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, acompanhada do chanceler Mauro Vieira e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante encontro com empresários em Nova York
A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, acompanhada do chanceler Mauro Vieira e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante encontro com empresários em Nova York - Sputnik Brasil
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Em viagem oficial de trabalho nos Estados Unidos, a Presidenta Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira (29), em Nova York, do Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil. A presidente está desde sábado (27) nos EUA. Vai se reunir com Barack Obama e depois voar para a Califórnia.

O primeiro compromisso da viagem aconteceu no domingo (28), quando Dilma se reuniu em Nova York com empresários brasileiros que têm negócios nos EUA. O encontro teve como objetivo intensificar as relações com os Estados Unidos e ampliar investimentos. Após a reunião, que durou cerca de três horas, os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deram uma entrevista coletiva. 

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Segundo o Ministro Armando Monteiro, o encontro foi positivo, e garantiu que o Governo Federal e o setor privado vão se unir para ampliar a participação do Brasil no mercado norte-americano. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior chamou a atenção para a necessidade de criação de uma agenda de curto prazo que facilite a entrada dos produtos brasileiros no mercado dos EUA. “Todos reconhecem que nós podemos ampliar muito essa corrente de comércio”, disse Armando Monteiro. “E todos reconhecem ainda que o nosso comércio com os Estados Unidos tem algumas características interessantes. Por exemplo, é um comércio que se dá sobretudo em bens industriais. 75% do nosso comércio são representados por exportações e por uma troca na área de bens industriais, e todos reconhecem que nós devemos atuar numa agenda de curto prazo, que é essa agenda de convergência regulatória. É a compreensão de que grande parte hoje de algumas dificuldades de acesso ao mercado americano não se localiza propriamente pelo nível de proteção tarifária aqui, porque de resto as tarifas médias são baixas, mas sobretudo, pela necessidade de harmonizar normas técnicas e um padrão de regulação que muitas vezes representa uma dificuldade concreta para o acesso de produtos brasileiros.”

Armando Monteiro ressaltou ainda que para o Brasil retomar o crescimento é preciso investir em três vetores: o comércio exterior, a infraestrutura e a inovação. Segundo o Ministro Monteiro, os investidores americanos podem e devem participar do programa de investimentos em infraestrutura no Brasil. “Eu acredito que há três vetores hoje para que o Brasil retome o crescimento. O primeiro é o canal do investimento, e aí o programa de infraestrutura que aqui também vai ser objeto de um grande interesse nessas discussões, porque os investidores americanos podem e devem participar do programa de investimentos em infraestrutura no Brasil. Depois, o canal de exportação, que é exatamente a questão do comércio exterior que nós já focamos. E, então, as questões que estão muito associadas ao aumento da produtividade, e aí o tema da inovação, da infraestrutura, do capital humano, educação. Todos esses sistemas de alguma forma também vão contribuir para o incremento da produtividade e econômica brasileira.” 

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou sobre a importância da reunião ao possibilitar que a Presidenta Dilma Rousseff pudesse escutar dos grandes empresários brasileiros e das associações de diversos setores como eles veem a relação de seus setores e empresas com os Estados Unidos, e as possibilidades de novos projetos e investimentos em médio e longo prazos. “Foi muito importante para o setor privado, creio eu, ter ouvido também as considerações que a presidenta pôde fazer”, disse o ministro das Relações Exteriores. “A troca de informação, o intercâmbio, tenho certeza de que vai ser muito produtivo e vai manter o clima de entendimento e de cooperação estreita entre o Governo e o setor produtivo."

Já o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, ressaltou a importância da parceria com os Estados Unidos para a qualificação da mão de obra brasileira na área de pesquisa. “Essa cooperação é importante, porque os Estados Unidos são o país mais inovador do planeta. Eles são o destino principal do nosso programa Ciência Sem Fronteira, dos nossos pesquisadores, é onde há o maior número de cientistas fora do Brasil, nos laboratórios e nas instituições de pesquisas nos EUA. O Brasil se situa como até o 5.º mercado para todas as grandes empresas norte-americanas na área de informação, de tecnologia da informação, qualquer uma delas tem no Brasil um grande mercado. Uma contrapartida óbvia é que o Brasil apoie centros de pesquisa dessas empresas no país. Queremos também formar em pós-graduação nas áreas de Engenharia, Segurança Cibernética, Engenharia de Algoritmos nas principais universidades americanas, para nós termos mão de obra qualificada para a pesquisa.”

Nesta segunda-feira (29), a Presidenta Dilma Rousseff fez o discurso de encerramento do Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil, em Nova York, que reuniu empresários brasileiros e americanos. Durante o encontro foram apresentados os novos projetos de infraestrutura do Brasil, nas áreas de rodovias, portos e aeroportos. O seminário teve como objetivo mostrar as oportunidades de investimentos, os instrumentos para financiar projetos e as novas concessões em infraestrutura no Brasil. 

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A Presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil está em um novo ciclo de expansão do crescimento, e que para isso foi preciso adotar ações de controle da inflação. Segundo Dilma, a recuperação do crescimento econômico do Brasil vai depender do aumento rápido da produtividade. “Estamos numa fase de construção das bases para um novo ciclo de expansão do crescimento”, afirmou a presidente. “Fazem parte dessa estratégia a adoção de medidas de controle da inflação e a busca do equilíbrio fiscal, bem como todas as medidas de incentivo ao investimento e sobretudo ao aumento da produtividade. A recuperação do crescimento sustentado da nossa economia depende do aumento mais rápido, mas também mais sólido, da produtividade. Com mais produtividade, os salários e os lucros vão ser necessariamente maiores e vão poder crescer sem pressionar a inflação.”

Dilma Rousseff defendeu o Programa de Investimentos em Logística e as ações para aumentar a produtividade no Brasil. O plano lançado no início de junho vai envolver investimentos da ordem de R$ 198,4 bilhões em concessões à iniciativa privada da exploração de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos, com a finalidade de aumentar os investimentos na área de infraestrutura, retomando assim o crescimento da economia brasileira.

A Presidenta Dilma apresentou os números do plano até agora, e disse que um dos objetivos da viagem aos Estados Unidos é discutir projetos viáveis em infraestrutura. "Com mais carros, mais caminhões e ônibus, temos de ampliar o investimento em rodovias, e estamos optando pelo caminho de ampliar concessões. Portos implicam em grandes oportunidades de investimentos privados. Mais e mais pessoas, pela melhoria da renda, utilizam aeroportos no Brasil. Todos esses números transmitem uma mensagem: a alta demanda por investimentos em infraestrutura no Brasil. É preciso transformar a demanda potencial por melhor infraestrutura, em projetos viáveis de investimentos para o capital privado. É esta a demanda sobre nós. É exatamente isso que nós procuramos fazer. Essa viagem e esse encontro fazem parte deste processo."

Dilma Rousseff disse ainda que está nos Estados Unidos para ampliar a cooperação entre os dois países, que já é de longa data. Ela ressaltou que os EUA continuam sendo o principal investidor estrangeiro no Brasil, com estoque da ordem de US$ 166 bilhões em 2013. Atualmente, atuam no Brasil 3 mil empresas americanas em diversos setores, como petróleo, gás, energia elétrica, bancos, telecomunicações, atividades imobiliárias, automóveis, metalurgia e agricultura. Já as empresas brasileiras têm um estoque de US$ 15,7 bilhões investidos em vários tipos de negócios e atividades nos EUA, como alimentação, siderurgia, serviços de informação e produtos farmacêuticos.

Dilma Rousseff finalizou sua fala dizendo ter certeza de que esta viagem vai aumentar ainda mais a cooperação entre Brasil e EUA. “Tenho certeza de que esta viagem impulsionará ainda mais a cooperação e parceria entre Brasil e EUA, numa relação pautada pelo respeito mútuo e a nossa contribuição para o desenvolvimento da paz, o respeito ao meio ambiente e a afirmação da justiça social no mundo.”

A presidenta Dilma seguiu na tarde desta segunda-feira (29) para Washington, onde à noite participará de um jantar em sua homenagem oferecido na Casa Branca pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A convite de Obama, Dilma vai dormir na Blair House, a casa oficial de hóspedes do Governo dos Estados Unidos.

Na terça-feira, 30, Dilma e Obama terão reunião de trabalho sobre parcerias em várias áreas, com destaque para Educação e Tecnologia. Depois de Washington, a presidente do Brasil irá à Califórnia.

Esta é a primeira visita oficial da Presidenta Dilma aos Estados Unidos, após, em 2013, cancelar a visita que faria ao país, depois do surgimento de denúncias de que o Governo norte-americano teria espionado a própria presidente e empresas estatais brasileiras.

Dilma Rousseff retorna ao Brasil na quarta-feira (1 de julho).

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