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BRICS buscam ordem internacional mais democrática

© brics2015.ru / Divulgação / Acessar o banco de imagensCivic BRICS reúne em Moscou delegados de cinco países do bloco e outros, antes da Cúpula do BRICS, que acontecerá em 9 e 10 de julho em Ufá, também na Rússia
Civic BRICS reúne em Moscou delegados de cinco países do bloco e outros, antes da Cúpula do BRICS, que acontecerá em 9 e 10 de julho em Ufá, também na Rússia - Sputnik Brasil
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Começou nesta segunda-feira, 29, em Moscou, o Civic BRICS, ou BRICS Civil, evento de três dias reunindo delegados de cinco países membros do bloco e outros. O encontro ocorre antes da Cúpula do BRICS que acontecerá em 9 e 10 de julho em Ufá, na Rússia. Fabiano Mielniczuk, palestrante da reunião, fala com exclusividade à Sputnik Brasil.

O professor de Relações Internacionais do Instituto Audiplo e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul, Fabiano Mielniczuk, é um dos representantes do Brasil no BRICS Civil. Ele comenta nesta entrevista os objetivos do encontro e o tema de sua palestra, marcada para terça-feira, 30.

Sputnik: O que é este encontro Civic BRICS, ou BRICS Civil?

Fabiano Mielniczuk: O Civic BRICS – BRICS Civil – é uma inovação da Presidência da Rússia. O BRICS é um agrupamento que compreende o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, países tidos como emergentes, países que demandam uma maior democratização das instituições financeiras internacionais, das instituições econômicas e de governança internacional. Os países BRICS se reúnem anualmente e a cada ano aquele que hospeda o encontro de cúpula é o presidente do grupo. Neste ano, como o encontro vai ser realizado na Rússia, é ela que está exercendo a presidência, desde o último encontro, realizado em Fortaleza em julho do ano passado. E os russos criaram o Civic BRICS, que é, antes da cúpula dos chefes de Estado, um ambiente de discussões da sociedade civil dos países BRICS para elaborar alternativas para que o BRICS consiga avançar sua agenda reformista na ordem internacional. Parece ser uma iniciativa bastante louvável da Presidência da Rússia, e é uma opção que surge como uma espécie de demonstração de que os russos estão interessados no diálogo com a sociedade civil, a despeito de todas as críticas que os ocidentais fazem à Rússia como um sistema que tende para um caminho mais autoritário. Parece ser uma resposta política da Rússia, mostrando que não são só governos que participam da discussão dos BRICS, mas também a sociedade civil.

S: Quem representa a sociedade civil?

FM: Há representantes de ONGs, representantes de think tanks, representantes da academia e especialistas nos assuntos de BRICS. O BRICS Civil ocorre de 29 de junho a 1.º de julho, em Moscou. O encontro de cúpula se realiza na semana que vem, na cidade de Ufá, na Basquíria, que também vai receber o encontro da Organização para Segurança e Cooperação de Xangai, ao mesmo tempo em que vai ocorrer o encontro dos líderes dos BRICS. O Civic BRICS está sendo organizado pela MIGMO [Universidade Estatal de Moscou para Relações Exteriores], com vários participantes, que são os representantes e professores da escola de diplomacia da Rússia. São eles que estão convidando os participantes ao redor do mundo e organizando o evento.

S: Qual a data e qual o teor da sua palestra neste encontro?

FM: Eu provavelmente falarei amanhã, dia 30, em um plenário sobre a participação da sociedade civil, e abordarei a relação que existe entre os interesses dos BRICS e a convergência de suas identidades. Como pode um grupo como os BRICS, tão diverso em termos de características dos países, ter identidades e interesses que convergem para lutar por uma ordem internacional mais democrática e participativa.

S: O que pode haver de comum entre um país euroasiático, que é o caso da Rússia, dois países asiáticos, a China e a Índia, um sul-americano, o Brasil, e um africano, a África do Sul?

FM: Há uma forte vontade desses países de democratizar as organizações internacionais e fazer com que sua real dimensão, tanto do poder econômico quanto do poder político no mundo, seja representada também nas organizações como o FMI, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio, organizações relacionadas ao combate de drogas, e assim por diante.

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