Putin e Obama discutem Ucrânia, Irã e Síria em conversa telefônica

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O presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo dos EUA, Barack Obama, realizaram uma conversa telefônica ontem à noite discutindo a implementação dos acordos de paz de Minsk sobre a Ucrânia, as medidas contra o grupo Estado Islâmico, a atual situação na Síria e as negociações nucleares do Irã.

De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, os presidentes abordaram uma série de questões na sua conversa, iniciada pelo presidente russo.

Os dois mandatários discutiram a crise ucraniana, em particular, a implementação dos acordos de Minsk. Neste contexto, os presidentes concordaram que, num futuro próximo, a secretária adjunta de Estado dos EUA Victoria Nuland e o vice-chanceler russo Grigory Karasin se reunirão para discutir a implementação destes acordos. 

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Os acordos de Minsk foram alcançados em fevereiro, após conversações entre os líderes da Rússia, Alemanha, França e Ucrânia na capital bielorrussa. O acordo foi assinado pelos membros do Grupo de Contacto sobre a Ucrânia, composto por representantes de Kiev, autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), Rússia e Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O acordo de paz prevê um cessar-fogo entre a as milícias da RPD e RPL e as forças de Kiev que começaram ima operação militar contra o sudeste da Ucrânia em abril de 2014 em resposta à recusa dos habitantes locais a reconhecer o governo golpista.

Este acordo também prevê a retirada das armas pesadas da linha do conflito e a a descentralização do poder na Ucrânia.

A OSCE, que é encarregada de monitorar a situação na Ucrânia, tem relatado violações do cessar-fogo em regiões do sudeste do país, apesar da trégua.

Obama: Rússia deve cumprir acordos de Minsk

Washington pediu Moscou a cumprir os acordos de Minsk durante a conversa, disse a Casa Branca em um comunicado. 

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Por sua vez, Barack Obama insistiu novamente em que Moscou deve "respeitar os seus compromissos" no âmbito dos acordos de Minsk para solucionar o conflito na Ucrânia, o que se traduz, em particular, na retirada por parte da Rússia "da totalidade das tropas e do equipamento militar russo estacionado em território ucraniano".

Os EUA e a União Europeia acusam os russos de fomentar a crise na região. Moscou, que enfrenta sanções econômicas por causa disso, nega as acusações. No começo desta semana, a OTAN anunciou que pretende aumentar a presença militar no leste da Europa.

Os líderes falam sobre ameaça terrorista e do Estado Islamico

De acordo com o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, Putin e Obama também levantaram a questão do terrorismo durante a conversa, incluindo a ameaça da organização extremista Estado Islâmico na Síria.

Os dois chefes de Estado debateram também a "situação cada vez mais perigosa na Síria" e abordaram "a necessidade" de deter o grupo ultrarradical Estado Islâmico (EI), que controla grandes parcelas de território no Iraque e na Síria. 

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A Rússia é um dos principais aliados internacionais do presidente sírio, Bashar Assad, que enfrenta quatro anos de guerra civil no país. Nos últimos meses, Damasco veio perdendo controle de várias áreas devido a ações dos extremistas do EI.

De acordo com Peskov, Putin e Obama concordaram que o secretário de Estado dos EUA John Kerry e o Ministro do Exterior russo Sergei Lavrov iriam realizar um encontro para discutir questões relacionadas com o terrorismo no futuro próximo.

Questão nuclear do Irã em curso: negociações continuam

Os líderes também abordaram o tema das negociações em curso entre o P5+1  e o Irã que estão sendo realizadas com o objetivo de garantir o caráter pacífico das atividades nucleares de Teerã, Peskov acrescentou Peskov. 

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A Casa Branca disse em um comunicado que Obama e Putin salientaram a importância da unidade entre mediadores do "sexteto", que incluem a Rússia, China, França, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha.

O Irã e o grupo 5+1 ("sexteto") entram no próximo fim de semana, em Viena, e sem garantia de êxito, na reta final de uma maratona de negociações para fechar o espinhoso dossiê nuclear iraniano antes do prazo de 30 de junho. 

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