Opinião: forças de oposição querem repetir o cenário de Kiev na Armênia

© AFP 2023 / KAREN MINASYAN Manifestantes tomam as ruas de Erevan em protesto contra o aumento das tarifas de energia elétrica
Manifestantes tomam as ruas de Erevan em protesto contra o aumento das tarifas de energia elétrica - Sputnik Brasil
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De olho nos protestos que desde a noite de terça-feira ocupam as ruas de Erevan, capital da Armênia, a Sputnik fez uma entrevista exclusiva com Rafi Madoyan, diretor do Centro Libanês de Pesquisas e líder da organização juvenil armênia “Juventude de George Hawi”, no Líbano.

Manifestantes acenando as bandeiras nacionais durante um protesto contra o aumento das tarifas de energia em Erevan, capital da Armênia, em 22 de junho de 2015. - Sputnik Brasil
Manifestações contra o aumento das tarifas de energia na Armênia
Na sua opinião, existem tentativas de algumas forças de oposição na Armênia em politizar as manifestações em Erevan e agravar a situação no país, visando repetir o golpe de Estado ocorrido em Kiev, na Ucrânia, em 2014.

“Os oposicionistas tentam usar as exigências da população referentes à diminuição das tarifas de energia elétrica para forçar o povo a ir às ruas. Dessa forma, eles usam de quaisquer pretextos para pressionar o governo” — disse.

“É óbvio que na situação em Erevan existem tentativas de repetir o cenário ocorrido em Kiev, em 2014. Os organizadores criam conflito para promover a troca de poder nos países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), a exemplo do que aconteceu na Geórgia e Ucrânia. O objetivo dessas revoluções é simples: mudança de curso político e adesão à OTAN. Sabemos que o financiamento da oposição na Armênia por parte dos EUA é muito grande. A Armênia é aliada e parceira estratégica da Rússia, portanto, em qualquer caso, é preciso apoiar as relações com Moscou. Caso contrário, não haverá estabilidade na Armênia” — explicou Rafi Madoyan.

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As manifestações começaram no centro de Erevan na segunda-feira, quando a Comissão Estatal de Regulação de Serviços Públicos anunciou o reajuste da tarifa de eletricidade no país. A manifestação, bastante desorganizada, foi dispersada pela Polícia para evitar eventuais desordens. Na terça-feira, os manifestantes voltaram às ruas, ocupando a praça da Liberdade, no centro da capital, e depois, marchando rumo à residência do presidente, Serj Sargsian, pela avenida Bagramian.

Os participantes do protesto chegaram a anunciar que não iriam terminar a ação até que o governo anulasse o reajuste de tarifas. Cerca de 240 pessoas foram detidas durante a marcha de terça-feira, sendo libertadas em seguida, segundo informações da polícia.

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Embora a situação tenha ficado relativamente mais tranquila, a polícia segue acompanhando de perto as movimentações das ruas.

Diversos políticos russos já manifestaram preocupação de que organizações não governamentais estrangeiras podem estar por trás das manifestações, já que a atual situação na Armênia lembra de certa forma o golpe de Estado na Ucrânia, de 2014.

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