WikiLeaks: EUA espionaram os três últimos presidentes franceses

© AP Photo / Carolyn KasterFrançois Hollande e Barack Obama na cúpula do G-7 em 8 de junho de 2015
François Hollande e Barack Obama na cúpula do G-7 em 8 de junho de 2015 - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos espionaram, de 2006 a 2012, três chefes de Estado franceses: Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande, segundo documentos obtidos pelo WikiLeaks e divulgados nesta terça-feira pelo jornal Libération e o site de notícias Mediapart.

Esse material, classificado como "Top-Secret", consiste principalmente de cinco relatórios da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA, baseados em interceptações de comunicação e destinados à inteligência norte-americana, de acordo com o Libération. 

A agência americana interceptou as comunicações dos presidentes franceses François Hollande (2012 até hoje), Nicolas Sarkozy (2007 a 2012) e Jacques Chirac (1995 a 2007), assim como as conversas envolvendo ministros e o embaixador da França nos EUA, afirmou o WikiLeaks no comunicado que anunciou a publicação do conjunto de documentos que o site classifica como “Espionnage Élysée.”

De acordo com o WikiLeaks, os documentos incluem comunicações mostrando que o Presidente François Hollande aprovou uma reunião secreta com integrantes da oposição alemã - sem o conhecimento da chanceler alemã, Angela Merkel - para discutir a crise da zona do Euro, e que o ex-presidente Sarkozy queria dar sequência às conversas pela paz entre Israel e Palestina sem o envolvimento dos Estados Unidos.

Outras comunicações interceptadas tratam de alguns dos temas mais importantes envolvendo a Franca e a comunidade internacional nos últimos dez anos, inclusive a crise financeira global, a dívida da Grécia e o futuro da União Europeia.

A NSA também interceptou uma comunicação do dia 24 de março de 2010 que mostra que a França planejava queixar-se aos Estados Unidos sobre a própria interceptação de conversas promovida pela NSA.

“Uma comunicação interceptada entra o embaixador francês em Washington, Pierre Vimont, e o conselheiro diplomático de Sarkozy, Jean-David Levitte, revela tópicos potenciais de discussão para um encontro entre Sarkozy e o presidente americano, particularmente a frustração de Sarkozy com o recuo de Washington no acordo de cooperação bilateral no setor de inteligência e o desejo americano de continuar espionando a França”, diz o texto do WikiLeaks.

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange ressaltou: “O povo francês tem direito de saber que seu governo eleito está sujeito à vigilância hostil de um suposto aliado. Estamos orgulhosos de nosso trabalho com os veículos franceses Liberation e Mediapart para trazer essa história à tona. Leitores franceses podem esperar mais revelações importantes no futuro próximo.”

 

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