EUA planejam combater EI só em caso de ameaça para eles mesmos

© AFP 2023 / JACK GUEZMartin Dempsey em um evento em junho de 2015
Martin Dempsey em um evento em junho de 2015 - Sputnik Brasil
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O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Martin Dempsey opina que os EUA não devem assumir o controle da luta contra o EI, mas sim proporcionar a iniciativa ao governo iraquiano, escreve hoje o The Daily Star.

Neste momento, o general exige paciência. Segundo ele, é preciso dar aos iraquianos mais tempo para ultrapassar as suas divisões. Os EUA, segundo ele, devem resistir à tentação de assumir o controle da luta contra o Estado Islâmico porque uma vitória duradoura exigirá não só poder militar, mas também um Iraque unido apoiado pelos países-vizinhos.

"Se tomarmos controle desta campanha… não duvido que provavelmente vamos derrotar o EI no, digamos, prazo mais curto, mas com um custo considerável para os nossos jovens soldados de ambos os sexos", disse ele aos militares americanos num hangar na base aérea em Nápoles, na Itália.

Dempsey opina que esta vitória não durará por muito tempo.

"Mesmo que o EI desapareça, mesmo que sejam derrotados militarmente, daqui a dois anos mais um grupo com um outro nome e uma outra ideologia… irá simplesmente voltar", acrescentou.

"Então esta campanha é baseada na premissa de que o movimento deve ser vencido pelos nossos parceiros da coalizão e pelos próprios iraquianos. É uma condição basilar. Se esta condição mudar, eu irei trabalhar no plano B", manifestou Dempsey.

O general também disse que os EUA deverão fazer mais esforços na luta contra os terroristas do EI somente se os últimos ameaçarem os próprios estadunidenses:

"Se o EI começar a ameaçar os nossos cidadãos, nossas instalações, nossos interesses nacionais — se eles começarem a realizar planejamento externo, a ameaçar atingir os EUA, por exemplo — temos capacidades [militares] nos países-vizinhos que podemos utilizar… Mas neste ponto eu simplesmente não acho que devemos perder a esperança no governo do Iraque e na sua capacidade de conduzir esta campanha, com a nossa ajuda, sem que os EUA assumam o controle dela".

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Enquanto os oficiais estadunidenses falam e explicam a sua falta de vontade de combater o EI, as milícias curdas nesta segunda-feira (15) tomaram controle do posto de fronteira entre a cidade síria de Tel Abyad e Akçakale, na Turquia, antes dominado por jihadistas do Estado Islâmico.

A Sputnik falou com especialistas entre quais Abd Salam Ali, membro do partido PYD e jornalista Mustafa Ali, que estava no local. Segundo ele, a tomada de Tel Abyad é uma vitória importante das forças que se opõem ao grupo terrorista Estado Islâmico, porque as forças curdas estabeleceram a ligação entre as regiões da Turquia a as da Síria controladas pelo EI. O problema é que o EI fornecia petróleo, cereais e outros recursos ao território turco e da Turquia à Síria chegavam terroristas e armas. A cidade é um ponto vital na estrada que liga as cidades de Sanliurfa na Turquia e Raqqa na Síria.

Mas é claro que a vitória é muito importante para curdos da Síria que, de fato, conseguiram ligar as duas regiões entre si, o que permite estabelecer a colaboração e estabelecer o mais forte controle do território.

A ligação das duas regiões curdas no nordeste da Síria aumenta muito a importância do fator curdo e abre aos curdos as portas para participar nas negociações sobre o futuro da Síria.

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