Especialistas em energia nuclear debatem futuro do setor em Moscou

© Foto / Instituto MIFIGeorgy Tikhomirov, o decano da Faculdade Físico-Técnica da Universidade de Investigação Nuclear adstrita ao Instituto MIFI
Georgy Tikhomirov, o decano da Faculdade Físico-Técnica da Universidade de Investigação Nuclear adstrita ao Instituto MIFI - Sputnik Brasil
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Representantes de organizações internacionais, nacionais e não-governamentais, empresas russas e de outros países, bem como os principais especialistas do setor estão em Moscou para participar em um congresso e exposição especializada. Este ano, o tema do fórum é: “Energia Nuclear – Impulso ao Desenvolvimento Sócioeconômico”.

“Hoje o setor da energia nuclear tem dois problemas principais: os recursos humanos e o desenvolvimento de tecnologias de armazenamento subterrâneo de resíduos cujo período de semidesintegração é de cem anos ou mais”, diz o decano da Faculdade Físico-Técnica da Universidade de Investigação Nuclear adstrita ao Instituto MIFI, Georgy Tikhomirov.

“Hoje em dia, o dinheiro é uma importante parte da nossa vida. Quem é inteligente pode ganhar dinheiro de várias maneiras. Um programista pode trabalhar em um banco ou na Rosatom. Mas, se no banco lhe pagam duas vezes mais e ele não sente a responsabilidade que existe no trabalho com tecnologias nucleares, é claro que ele irá trabalhar no banco. Por isso, em muitos países o problema dos recursos humanos em estruturas que usam tecnologias nucleares é bastante premente.

O segundo problema são os resíduos nucleares, ou seja, o lixo atômico. Em diversos países existem novos projetos, escavam-se túneis, constroem-se instalações experimentais para a transformação de resíduos, de forma a terem um período de desintegração e uma toxicidade mais curta, no máximo 100 anos. Hoje já somos capazes de armazenar lixo atômico e este permanecer em segurança durante esse período. Por isso, no futuro próximo vamos desenvolver estas tecnologias de redução do período de desintegração e, na prática, ultrapassar o problema do seu armazenamento, ou sepultar os resíduos a grande profundidade, de forma a garantir o seu isolamento”, explica Georgy Tikhomirov.

A indústria nuclear é não apenas a energia nuclear, mas também a medicina nuclear.

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“Hoje em dia a medicina nuclear tem larga aplicação em todos os países desenvolvidos. Por exemplo, isso acontece na Alemanha, não obstante este país ter decidido abandonar a energia nuclear. Em clínicas da Europa e EUA estão localizados milhares de aceleradores. Estes equipamentos produzem substâncias radioativas com pequeno período de desintegração para fins terapêuticos e de diagnóstico”, diz o especialista da Universidade de Investigação Nuclear.

Segundo o doutor Tikhomirov, as tecnologias nucleares, incluindo a energia atômica, terão futuro pelo menos nos próximos 100-200 anos:

“Pode ser que daqui a 100 anos encontremos algo totalmente novo, mas eu estou certo que não poderemos pôr de parte a energia nuclear. Até o sol é radiação. Gostaria de acreditar que no futuro, para além dos reatores térmicos, que hoje constituem a maioria, iremos ter também reatores rápidos. A sua utilização aumenta em 100 vezes as reservas de combustível nuclear na Terra.”

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