Presidente iraquiano: contribuição do Irã é essencial para combate ao EI

© AFP 2023Refinaria de Baiji, no Iraque, em chamas após ataque do Estado Islâmico em 7 de maio de 2015.
Refinaria de Baiji, no Iraque, em chamas após ataque do Estado Islâmico em 7 de maio de 2015. - Sputnik Brasil
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O Iraque apoiou a vontade do Irã de ajudar na regulação da crise no Iêmen e destacou o papel essencial do Irã no combate ao Estado Islâmico.

Após o encontro entre o presidente iraniano, Hassan Rohani e o seu colega iraquiano, Fuad Masum, em Teerã na quinta-feira (14 de maio), os chefes de Estados exigiram esforços consolidados dos países da região na luta contra o terrorismo internacional.

Em uma entrevista ao canal de televisão estatal do Irã IRIB Masum sublinhou também o papel do Irã na luta contra o Estado Islâmico, grupo terrorista que opera no território do Iraque e da Síria:

"O Irã é o primeiro Estado a prestar ajuda real ao Iraque no combate contra o Estado Islâmico <…> O Irã interpreta um papel importante e de liderança no combate do Iraque contra o terrorismo. Os nossos países continuarão a cooperação estratégica nesta esfera".

Mais cedo neste ano, o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, criticava os EUA por não ter feito nada para combater ou pelo menos conter o Estado Islâmico, organização terrorista que pode ameaçar inclusive os próprios Estados Unidos.

© AFP 2023 / AHMAD AL-RUBAYEVoluntários sunitas iraquianos durante treinos em 8 de maio de 2015.
Voluntários sunitas iraquianos durante treinos em 8 de maio de 2015. - Sputnik Brasil
Voluntários sunitas iraquianos durante treinos em 8 de maio de 2015.

Iraque é parceiro estratégico

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De acordo com Reza Hojjat Shamami, do Centro de Estudos e Pesquisa para Assuntos Eurasiáticos, o Iraque é um parceiro importante do Irã, por isso o seu apoio é crítico:

"No geral, o Iraque é uma parte do programa estratégico de segurança do Irã na região. A nossa proximidade geográfica, a semelhança dos nossos interesses geopolíticos e, primeiro de tudo, a semelhança da visão religiosa da população xiita do Iraque e do Irã são as causas principais que fazem a parte iraquiana solicitar diretamente cooperação no combate ao grupo terrorista Estado Islâmico. O Irã continuará prestando apoio para garantir segurança no vizinho Iraque".

Shamami também destacou que o Irã é "extremamente cético" quanto à atuação da coalizão ocidental na luta contra o EI. "Nem se sabe direto se eles [a coalizão] têm por objetivo a eliminação do EI", frisou o cientista político.

Para ele, a presença do contingente militar estadunidense e europeu na região visa principalmente pressionar o Irã, e não combater o terrorismo.

O redator-chefe do portal IranianPolicy.com, Shuaib Bahman, concorda que o Irã é o garante da segurança regional. Isso se deve, em parte, pela posição essencial do país, comenta ele:

"O Irã vê o problema da luta contra o grupo Estado Islâmico como muito mais importante do que o problema das relações entre sunitas e xiitas. A preservação da paz e da estabilidade nos Estados vizinhos é essencial para o Irã, como a preservação da unidade do mundo islâmico e da estabilidade da região em total".

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Iêmen

Além disso, os presidentes dos países vizinhos condenaram de novo os bombardeios realizados pela coalizão saudita no Iêmen. Rohani e Masum apelaram ao fim imediato à intervenção, começada em março do ano em curso, após a fuga do ex-presidente iemenita, Abed Rabbo Mansour Hadi, para a Arábia Saudita.

A Arábia Saudita e o governo em exílio do Iêmen acusaram o Irã de planejar ingerência nos assuntos internos desse país. Teerã insiste que a sua atuação tem sido estritamente política, que o Irã não presta nenhuma ajuda aos rebeldes houthis e só tenta ajudar o país humanitariamente.

De acordo com os dados divulgados pela ONU, quase 1.500 pessoas já morreram no Iêmen por causa dos ataques da coalizão saudita, mais de 6 mil pessoas foram feridas.

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