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Sepultado o Senador Luiz Henrique, patrono fundador da Escola Bolshoi Brasil

© Anderson Pinheiro/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO / Acessar o banco de imagensVelório do senador Luiz Henrique da Silveira, em Joinville (SC)
Velório do senador Luiz Henrique da Silveira, em Joinville (SC) - Sputnik Brasil
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Foi sepultado nesta segunda-feira (11), no Cemitério Municipal de Joinville, em Santa Catarina, o corpo do Senador Luiz Henrique da Silveira, do PMDB-SC. O político catarinense morreu no domingo, aos 75 anos, vítima de um infarto.

Além de cumprir mandato no Senado desde 2011, Luiz Henrique foi prefeito de Joinville por três vezes, deputado federal e estadual, ministro da Ciência e Tecnologia e governador do Estado de Santa Catarina por dois mandatos, entre 2003 e 2010.

Luiz Henrique da Silveira tinha uma ligação muito forte de cooperação e amizade com a Rússia, tendo sido o responsável pela implantação, na cidade de Joinville, da única escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia. A Escola do Balé Bolshoi em Joinville completou 15 anos em março deste ano, e na ocasião homenageou o senador, seu patrono. 

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Segundo o chefe de gabinete do senador, o historiador Eduardo Siqueira, a ideia de Luiz Henrique de trazer o Balé Bolshoi para o Brasil aconteceu durante uma viagem de avião de São Paulo para Brasília, após ler um caderno de cultura de um jornal que trazia informações da apresentação do grupo russo no Brasil. “Ele estava lendo, num caderno de cultura, que o Bolshoi faria um espetáculo no Rio de Janeiro. O senador fez um contato com a Fundação Cultural de Joinville, pedindo que o secretário fosse ao Rio negociar um espetáculo da companhia russa de balé no Centreventos Cau Hansen, que estava recém-inaugurado. O pessoal do Bolshoi ficou maravilhado com a estrutura do local, que tem o maior palco do mundo, e preferiu realizar o espetáculo em Joinville por ter mais estrutura do que Rio e São Paulo.”

O historiador conta que o Espaço Cultural Centreventos Cau Hansen é onde também acontece o Festival de Dança de Joinville, considerado o maior evento do gênero no mundo.

Ainda de acordo com Eduardo Siqueira, o senador não se achava mais o responsável pela idealização do projeto da Escola de Balé Bolshoi na cidade. “Hoje, o Senador Luiz Henrique não considerava mais que era ele o idealizador do projeto, e, sim, os 4.086 alunos que já passaram pela Escola, além dos 227 bailarinos que foram formados lá e que dançam hoje nas maiores companhias de dança do mundo.” 

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Segundo Eduardo Siqueira, o político catarinense tinha adoração pelo Bolshoi e queria dar mais projeção do teatro no país, tanto que trouxe um grupo de professores da Rússia para o Brasil. “O Senador Luiz Henrique trouxe um corpo técnico de professores da Rússia para dar aulas na Escola do Balé Bolshoi. E em todos os espetáculos o senador estava presente. Ele era um homem muito culto, que adorava as artes, a ópera, as obras de arte. Ele realmente vivia cultura.” 

A morte do senador pegou a todos de surpresa. O historiador disse que o político não enfrentava nenhum problema de saúde nos últimos tempos, apenas uma fratura no tornozelo. “Ele tinha uma saúde perfeita, cuidava-se muito. Fazia questão de caminhar todos os dias, marcava os compromissos após as caminhadas, tomava a medicação sempre. Domingo ele passou mal logo após o almoço. Chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.”

Eduardo Siqueira lembra que o senador era um homem muito querido em Santa Catarina, e deve receber muitas homenagens póstumas, por ser um verdadeiro líder no Estado. “O Senador Luiz Henrique era um líder em Santa Catarina, um homem de convergência. Na verdade, ele teve um plano como prefeito e como governador, de uma estrutura de descentralizar e internacionalizar Santa Catarina e seus produtos, suas fábricas, sempre dando muita força ao setor produtivo. Então, com certeza ele vai ser homenageado em todo o Estado. Ele é considerado o maior político de Santa Catarina.”

Siqueira conta também que o senador estava trabalhando em questões nacionais como o Pacto Federativo, a Reforma Política e a Guerra Fiscal. “O senador buscava o nosso aprimoramento, a inovação para as indústrias. Ele acreditava muito na internacionalização do Brasil com o mundo, buscando sempre o melhor escoamento para a produção nacional e para a troca de inovação. Luiz Henrique era a favor da participação popular no Senado Federal, através da democratização da Casa, onde os eleitores pudessem participar de todas as matérias que ali fossem discutidas.”

O corpo do Senador Luiz Henrique da Silveira foi velado no Centreventos Cau Hansen. O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, esteve presente ao velório do senador no domingo. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, decretou luto de 7 dias.

Antes de prestar as últimas homenagens ao senador, no velório desta segunda-feira (11) em Joinville, junto a uma comitiva composta por ministros e senadores, a Presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte do político, e disse que "o Brasil e Santa Catarina perdem um dos seus grandes filhos. Um homem que tinha princípios democráticos e um imenso amor pelo seu povo e sua terra. Deixo meus votos de pesar à família e aos amigos”.

O ex-presidente do PSDB de Santa Catarina, Dalírio José Beber, assumirá a vaga deixada pelo Senador Luiz Henrique da Silveira. Ele cumprirá mandato até janeiro de 2019.

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