EUA pedem ajuda do ‘país desestabilizador’ para resolver conflito no Iêmen

© AP Photo / Rick Wilking, PoolO Secretário do Estado John Kerry, à esquerda, e o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif
O Secretário do Estado John Kerry, à esquerda, e o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif - Sputnik Brasil
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O Secretário do Estado norte-americano, John Kerry, se reuniu com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, em Nova York e pediu-lhe ajuda nas negociações entre grupo radical xiita Houthi e o governo do Iêmen.

A declaração foi citada pela agência noticiosa Reuters nesta quinta-feira (30).

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Plano do Irã pode salvar Iêmen
O Irã anteriormente tinha proposto um plano para resolver a crise no Iêmen e no Oriente Médio em geral, que prevê diálogo político, fornecimento de ajuda humanitária, trégua imediata e formação de um novo governo no país.

A iniciativa foi divulgada pela primeira vez nos inícios de abril pelo vice-chanceler iraniano para assuntos da África e dos países árabes, Hossein Amir Abdollahian e foi chamada de "plano de Abdollahian". 

Após disso a Organização das Nações Unidas declarou que apoia solução pacífica do conflito iemenita, mas nem a própria ONU, nem os EUA apoiaram o plano.

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Estados Unidos tentam fortalecer sua influência no Oriente Médio
No início de abril (6), o presidente Barack Obama já chegou a chamar o Irã de "desestabilizador" no Oriente Médio e prometeu "trabalhar com Omã e com outros aliados da região para combater as atividades desestabilizadoras do Irã na região”.

E menos de um mês depois, os EUA pedem ao Irã para ajudar alcançar o acordo político no Iêmen supondo que as autoridades iranianas têm certa influência sobre os rebeldes houthis.

"Indicamos aos iranianos que devem contribuir para uma solução e não ser uma parte do problema" enfatizou Obama durante uma entrevista na semana passada (22) e agora John Kerry mais uma vez repetiu o pedido.

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Iêmen rejeita ajuda do Irã e considera ataque contra Arábia Saudita
Desde agosto de 2014, os rebeldes xiitas houthis protestam contra o governo do presidente iemenita Hadi, que agora já fugiu o país. Os EUA e os aliados classificam os acontecimentos no país como um golpe do Estado e estavam prontos para fazer tudo para retornar Hadi ao poder (não tendo em conta o fato de que o seu mandato já acabou).

Uma coalizão de países árabes lideradas pela Arábia Saudita e apoiada pelos EUA lançaram a operação Tempestade Decisiva (Decisive Storm) em finais de março e começaram a bombardear posições houthis no Iêmen. No dia 21 de abril a coalizão anunciou uma mudança da tática da sua intervenção no Iêmen. Dois dias depois começou a operação chamada Restaurando a Esperança.

O especialista politico, redator-chefe do jornal Iran Press, Emad Abshenass, comentou a situação à Sputnik Persian:

“O pedido dos EUA da ajuda no início do processo das negociações de paz por parte do Irã na realidade não é uma iniciativa nova. Este foi exatamente o plano do Irã para a resolução do crise no Iêmen. Muitos países exigiram o cessar-fogo e o começo das negociações, exceto a Arábia Saudita, e foi ela quem atacou o Iêmen."

"O Irã desde o início declarou estar pronto para prestar ajuda e começar as negociações. O pedido de John Kerry nesta conexão é um tipo da mensagem à Arábia Saudita, que esta é a ordem de Washington à Riad que o Irã pode e irá prestar ajuda porque está interessado na solução pacífica do conflito”, sublinhou o especialista.

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