Senadora acusa Obama de mentir sobre Parceria Trans-Pacífico

© AP Photo / Andrew HarnikSenadora Elizabeth Warren em Capitol Hill, Washington DC, EUA
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Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenta aprovar a Parceria Trans-Pacífico (TPP, na sigla em inglês), a senadora de Massachusetts Elizabeth Warren acusa a Casa Branca de mentir sobre detalhes da proposta, citando fontes que afirmaram que “se o povo americano visse o que há nela, se oporia à TPP.”

A administração Obama apresentou a Parceria Trans-Pacífico como um pacto de 12 nações que “impulsionaria o crescimento econômico, apoiaria a criação de empregos para americanos e faria crescer exportações ‘Made in America’ para algumas das economias em crescimento rápido no planeta.”

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A maioria da imprensa dos Estados Unidos comprou a ideia, embora a proposta preocupe grupos ambientalistas, sindicatos e grupos de direitos humanos. “Concessões estão sendo feitas neste exato momento para conquistar o apoio dos democratas”, escreveu Kevin O’Marah para Forbes, “mas a essência é que a TPP é vital para o comércio estrangeiro.”

Uma voz de oposição, no entanto, se levantou. Ao escrever em resposta à aparição do Presidente Obama na MSNBC, a senadora de Massachusetts Elizabeth Warren apontou suas objeções à proposta. “O governo não quer que você leia este enorme acordo de comércio. É ultraconfidencial”, diz Warren. “Por quê? Aqui está a verdadeira resposta que as pessoas me deram: ‘Não podemos trnar isso público porque se o povo americano visse o que há nela, o povo se oporia à TPP.’”

Warren aponta que enquanto os interesses corporativos tiverem amplo acesso aos bastidores, “as portas continuarão fechadas para as pessoas comuns, cujos empregos estão correndo risco. Antes de nos apressar para assinar um acordo assim — sem emendas, sem atrasos, sem a capacidade de bloquear um texto ruim — o povo americano deveria poder ver o que há nele.”

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Qualquer acordo de comércio pode ter um enorme impacto, especialmente um que envolve Austrália, Brunei, Canadá, Vietnã, Malásia, Japão, Chile, México, Nova Zelândia, Peru e Singapura — aproximadamente 40% da economia mundial.

Como senadora, Warren pode rever aspectos do acordo aos quais o público não tem acesso. Assim, ela afirmou estar preocupada com a possibilidade de que sejam afetadas leia regulatórias colocadas em prática para prevenir um colapso financeiro como a crise de 2008.

“Todos nós vimos os truques e armadilhas que as grandes corporações escondem nas últimas linhas de contratos. Todos já vimos as provisões que são colocadas nas leis para deixar o jogo favorável a eles. Agora imaginem o que fizeram a portas fechadas com a TPP”, declarou Warren. “O povo americano se oporia a um acordo assim se pudesse vê-lo. Logo, o acordo não deveria se tornar lei nos Estados Unidos”, completou a senadora.

Na quarta-feira, o Comitê de Finanças do Senado aprovou uma legislação que deixa a TPP mais perto de se tornar realidade. Apesar da oposição de democratas, o texto foi aprovado por 20 votos a 6. 

Ao falar diante de um grupo de apoiadores na noite desta quinta-feira, o Presidente Obama novamente defendeu a TPP, insistindo que o acordo nada tem a ver com o NAFTA, tão criticado pelos democratas na década de 90. “Quando dizem que este acordo é ruim para as famílias de trabalhadores, não sabem do que estão falando”, disse Obama. “Levo isso para o lado pessoal. Minha presidência inteira foi voltada para ajudar as famílias de trabalhadores. A Câmara de Comércio não me elegeu duas vezes. Trabalhadores, sim.”

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