EUA não devem reagir à visita da presidente argentina à Rússia

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensPresidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, chegou a Moscou em 21 de abril de 2015
Presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, chegou a Moscou em 21 de abril de 2015 - Sputnik Brasil
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Os EUA não devem reagir de "maneira nenhuma" à visita oficial à Rússia da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, acredita uma deputada do partido Frente para la Victoria (FpV).

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, acaba de chegar a Moscou nesta terça-feira (21), para uma visita de três dias. Em 23 de abril, ela irá se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, para negociar vários assuntos, inclusive de parceria internacional em diferentes áreas.

A Argentina estabeleceu "outro tipo de relações" internacionais ao optar pela Rússia, em vez dos EUA, disse, em entrevista à Sputnik Brasil, a deputada Julia Perié, do Frente para la Victoria (FpV). A visita oficial de Cristina Kirchner à Rússia desperta interesse e preocupação dos EUA, que olham com olhos ávidos a região latinoamericana. Mas não é bom mexer em assuntos e preferências de outros países soberanos, diz a deputada:

"Os Estados Unidos estão olhando todos os países latinoamericanos com olhos distintos. E você já sabe que não somos mais um país dependente dos Estados Unidos, estabelecemos outros tipos de relações, e acredito que, se não nos olharem com preocupação, provavelmente considerem repensar também as relações que devem manter os nossos países, que devem manter os EUA com a Argentina <…> Acredito que eles devem nos olhar de uma posição distinta e não nos ver como alguém perigoso, segundo entendemos, pelas nossas relações com os países emergentes".

Segundo Perié, a Argentina é um exemplo da nova maneira de relações internacionais. É um país, sublinha, que "em um momento, há mais de quinze anos, manteve relações com os EUA ou a UE", mas agora segue "um rumo distinto", fomentando relações com os países emergentes, já que os EUA não gostam de ajudar. Isto é bem visível considerando o default técnico e as exigências exageradas dos "fundos abutres". São fundos detentores de títulos da dívida argentina que não aceitaram a reestruturização. Sendo minoria (7%), são bem ávidos também:

"Realmente, não nos ajudaram nesta luta contra os "fundos abutres". Eu acredito que o que eles [os EUA] deveriam fazer é dar-nos um apoio contra os "fundos abutres", um tipo de ajuda nesta peleja desigual que estamos recebendo de muitos países do mundo".

A atitude dos fundos credores deve ser "repudiada", acredita a deputada Perié. E a visita da Rússia é um sinal de um estreitamento de relações internacionais que pode internacionalizar o novo modelo de cooperação, isenta dos EUA com seus fundos ávidos. A deputada não descarta a possibilidade do estabelecimento de um acordo sobre um análogo ao Sistema de Pagamento em Moeda Local (SML), vigente hoje entre o Brasil e a Argentina, assim como também entre o Brasil e o Uruguai.

 

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