Aproximação dos EUA com Cuba é um contrapeso aos avanços russos na América Latina

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Professor de Relações Internacionais da ESPM-Sul e ex-diretor do BRICS Policy Center da Pontifícia Universidade Católica – Prefeitura do Rio de Janeiro, Fabiano Mielniczuk analisa a reaproximação de Estados Unidos e Cuba e fala dos avanços políticos e econômicos da Rússia na América Latina.

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O professor Fabiano Mielniczuk, em sua entrevista à rádio Sputnik, comentou a recente ofensiva política e econômica da Rússia na América Latina. Semana que vem, o presidente Vladimir Putin receberá a presidenta argentina, Cristina Kirchner, em Moscou. O embaixador argentino na Rússia disse, dias antes, que os dois países vivem o melhor momento em sua agenda bilateral. 

Segundo Mielniczuk, para explicar a recente orientação russa para a América Latina é possível encontrar analogias na geopolítica soviética da época da Guerra Fria. A URSS, em resposta às atividades norte-americanas nas suas fronteiras (bases na Alemanha), passou a atuar nas proximidades da fronteira dos Estados Unidos (cooperação militar com Cuba), uma política que levou à Crise dos Mísseis de 1962, felizmente superada.  

Transportando a situação para os dias atuais, o avanço russo na América Latina seria uma forma de resposta às intervenções dos Estados Unidos na Ucrânia, que a Rússia considera um país estratégico, localizado em região de sua esfera de influência, pontuou o entrevistado.

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Por isso, Moscou tem reforçado sua cooperação militar no Caribe, especialmente com Cuba. Entre exemplos dessa cooperação, podem ser citados a reabertura de base militar na ilha e o perdão da dívida externa cubana. 

Segundo o especialista, a normalização das relações entre Cuba e EUA se deve, em parte, à atuação russa na região. Washington, ao retomar as relações com Havana, estaria tentando minar a influência de Moscou. Ou seja, as intenções de Obama estariam muito além da simples boa vontade. Os Estados Unidos estariam, dessa forma, sinalizando para os países das Américas que são um bom parceiro comercial, diminuindo assim o peso da atuação da Rússia e também da China. 

A China, explicou o professor, também tem preocupado os EUA, pois pretende investir nos próximos anos cerca de U$250 bilhões em projetos de infraestrutura no continente.   

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Quanto à Argentina, o país vive uma crise econômica e precisa reestruturar o seu aparato de defesa, explica Mielniczuk. Por outro lado, a Rússia sofre sanções econômicas e precisa encontrar novos mercados exportadores de alimentos. Nesse contexto, realmente, os dois países podem viver um dos melhores momentos nas suas relações bilaterais. Afinal, segundo divulgado nas últimas semanas, os dois governos estão prontos para fechar acordos comercias, no âmbito dos quais a Argentina exportaria carne e trigo para a Rússia e compraria, em troca, os caças Sukhoi Su-24.

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