Opinião: Japão e Coreia do Sul podem virar reféns da política dos EUA na Ásia

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Estão sendo iniciadas em Washington as consultas a nível de chefes de política externa entre EUA, Japão e Coreia do Sul, nas quais as partes discutem a coordenação da política na região do asiático-pacífico.

O ex-vice-secretário-geral do gabinete de Ministros democratas do Japão, Tsuyoshi Sato, em entrevista à agência Sputnik, afirmou que "o fato do Japão, Coreia do Sul e EUA realizarem tal encontro, é, a princípio, bom. Desde que chegou ao poder, o líder do Japão, Shinzo Abe, nunca se reuniu com as lideranças vizinhas, China e Coréia do Sul". Ele destacou que nas relações com a China é perceptível algum progresso, mas as relações entre Japão e Coreia do Sul continuam sendo difíceis.

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Sato observa que "os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul têm seus próprios interesses nacionais, e que não são necessariamente compatíveis, mas o fato de que seus representantes se reunirão em um lugar e vão manter uma conversação e análise da situação, isto é positivo". 

Ao responder sobre como irá se desenvolver a cooperação entre Japão e Coreia do Sul, que possuem notórios problemas no que diz respeito a questões territoriais e de percepção histórica, Tsuyoshi Sato afirmou:

"Realmente, existe uma preocupação com a questão territorial, mas o fato de que ainda não seja possível resolver isso, não significa que o Japão e a Coreia do Sul não podem dialogar. Eu acho que existem diferentes variantes sobre quais parâmetros conduzir o diálogo, começando com questões de segurança ou questões de cooperação econômica. E agora, os EUA, compreendendo a complexidade das relações entre Japão e Coreia do Sul, estão tentando fazer a mediação entre eles, incentivando os dois países vizinhos a debater e atenuar a tensão, e eu acho que isso é bom", disse o especialista. 

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O principal especialista do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, Andrei Ivanov, por sua vez, acredita que o nível de reforço da cooperação entre EUA, Japão e Coreia do Sul e a coordenação de suas políticas na região do asiático-pacífico vai depender do papel que os EUA está preparando para seus vizinhos Japão e Coreia do Sul. 

"O exemplo da Europa mostra que seguir de forma obediente a política norte-americana nem sempre é positivo para países soberanos. Ao adotar sanções anti-russas sob pressão dos EUA, os países da UE prejudicaram a si mesmos. Já o apoio, novamente sob direção dos EUA, ao abertamente corrupto, irresponsável e antipopular governo da Ucrânia e seu curso anti-Rússia, gerou uma grave crise para a Europa. Algo semelhante poderia acontecer na região da Ásia-Pacífico. Os EUA reforçam a cooperação política e militar com o Japão e a Coreia do Sul, dizendo que eles o fazem em prol da estabilidade na região. No entanto, não é segredo que os americanos agora mais do que nunca precisam de aliados tendo em vista o reforço do poder econômico e militar da China", disse o especialista russo.

Andrei Ivanov destacou também que poder ainda mais prejudicial para o Japão, assim como para a Coreia do Sul, o envolvimento destes países na política norte-americana de contenção da China. Segundo ele, isso não assusta Pequim, mas vai estimular a China a desenvolver as suas forças armadas. 

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