EUA continuam criando obstáculos ao Banco de Investimentos Asiático

© AFP 2023 / Takaki Yajima /POOLCerimônia de assinatura do Banco Asiático de Investimento de Infraestrutura (AIIB)
Cerimônia de assinatura do Banco Asiático de Investimento de Infraestrutura (AIIB) - Sputnik Brasil
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O Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, acredita que impedimentos dos EUA ao Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura é uma evidência da insegurança dos Estados Unidos de perder o seu controle sobre as decisões financeiras do mundo.

Apesar das nítidas vantagens do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), as autoridades dos Estados Unidos continuam se opondo ao projeto, discretamente colocando pressão sobre a liderança de outros países, incentivando-os a não aderir à iniciativa chinesa. A opinião é do célebre pesquisador americano e Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, em seu artigo na revista Project Syndicate. Stiglitz acredita que esta é uma evidência da incerteza na confiança dos Estados Unidos e do medo de perder o seu controle exclusivo sobre as decisões financeiras do mundo.

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“Na verdade, a oposição da América ao AIIB é inconsistente com as suas prioridades econômicas declaradas na Ásia”, afirma o especialista. Segundo Stiglitz, “infelizmente, parece ser mais um caso de insegurança da América sobre a sua influência global superando sua retórica idealista — desta vez possivelmente prejudicando uma importante oportunidade para fortalecer as economias em desenvolvimento da Ásia”. 

Apesar dos apelos da Casa Branca, o anúncio da lista de fundadores do AIIB, em 15 de abril, impressionou pelo número de membros, incluindo 57 países. É claro que os principais países europeus, além dos hesitantes Austrália e Coreia do Sul, apoiaram a iniciativa da China, na expectativa de extrair benefícios privados. Esta é outra prova de que na política não há amigos permanentes, só interesses permanentes.

Dos principais países, apenas o Japão ainda adota uma atitude negativa em relação ao projeto. No entanto, para o chefe do Centro de Estudos Japoneses do Instituto do Extremo Oriente Academia de Ciências da Rússia, Valery Kistanov, mesmo esse aliado fiel dos EUA pode mudar a sua posição. 

 “Não está descartada a ideia de que o Japão se tornará membro, mesmo sento um aliado próximo dos Estados Unidos, com que eles colaboram nas principais organizações financeiras internacionais. Recentemente o primeiro-ministro Abe sugeriu que o Japão poderia se juntar à AIIB, se observasse que as práticas de gerenciamento do banco estão de acordo com os padrões internacionais. A mídia japonesa até chegou a anunciar uma data, publicando que a adesão do país à iniciativa chinesa poderia ocorrer já em junho”, afirmou o especialista. 

Valery Kistanov observou que Washington está tentando abafar o Banco Asiático de investimentos em Infraestrutura, pois entende que a China está criando não somente um instituto financeiro que concorre com o FMI e o Banco Mundial. Ao contrário das instituições pró-americanas, que trabalham sob o esquema "dinheiro em troca de obediência", o AIIB recusa a interferência na política financeira dos países que vão receber ajuda financeira. O especialista afirma que este é um ataque direto à liderança global dos EUA, o que Washington, por sua vez, é claro, tenta impedir.

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A oposição dos Estados Unidos à iniciativa chinesa contradiz não só somente o senso comum, mas também a sua própria retórica. Os EUA constantemente pedem que a próspera China assuma para si mais obrigações frente ao resto do mundo. Mas quando Pequim pede apoio internacional para a criação de um fundo necessário para o desenvolvimento de infra-estrutura na Ásia, os EUA tentam impedir uma iniciativa útil.

O Professor Stiglitz lembra que no fim dos anos de 1990, quando o Japão ofereceu 80 bilhões de dólares para ajudar os países em crise no Leste da Ásia, os Estados Unidos também se opuseram à iniciativa. A oposição ao AIIB por parte dos EUA indica a incerteza de Washington sobre sua influência global, conclui o especialista. 


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