Ex-guarda da Blackwater é condenado à prisão perpétua por massacre em Bagdá

© AP Photo / Cliff OwenEx-guarda da Blackwater Nicholas Slatten
Ex-guarda da Blackwater Nicholas Slatten - Sputnik Brasil
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O ex-guarda da companhia de segurança Blackwater Nicholas Slatten foi sentenciado à prisão perpétua por seu papel no tiroteio de 2007 contra 14 civis iraquianos.

Slatten e outros três homens foram condenados em outubro do ano passado após uma longa batalha legal. Dustin Heard, Evan Liberty e Paul Slough foram considerados culpados por crimes relacionados ao uso de armas de fogo, enquanto Slatten foi condenado por homicídio em primeiro grau.

O incidente, que aconteceu na Praça Nisoor, no centro de Bagdá, provocou ira internacional. Uma investigação do governo iraquiano apurou que o ataque, que terminou com a morte de 17 pessoas, não foi provocado. Uma posterior investigação feita pelo FBI descobriu que 14 dos 17 mortos foram assassinados sem justificativa. Os promotores enfatizaram este trecho em seus argumentos.

"Ao impor sentenças substanciais, esta corte responsabilizaria os réus por sua conduta mortal e preveniria que outros donos do grande poder sobre vida ou morte perpetuassem atrocidades semelhantes no futuro", escreveram os promotores em seu memorando.

Os advogados de defesa insistiram na tese de que os quatro homens entraram em pânico diante de tiros em sua direção e afirmaram que "não conhecemos outro caso em que o governo julgou agentes de segurança contratados por sua conduta em uma zona de guerra, muito menos por terem usado suas armas de magnitude particular, quando as armas foram entregues pelo governo dos Estados Unidos para uso oficial."

Agora que a sentença foi proclamada, advogados de defesa provavelmente entrarão coma série de apelações na Justiça com base em um número de fatores. O mais notável deles seria questionar a autoridade do Departamento de Justiça para levantar acusações contra os guardas.

Os réus, que trabalhavam como guardas de segurança da firma então conhecida como Blackwater, estavam no Iraque para proteger diplomatas americanos. Advogados de defesa alegaram que coo os guardas não estavam sendo usados em posições militares, não poderiam ser acusados sob o Ato Jurisdicional Extraterritorial Militar.

A decisão soa como uma mensagem enviada pelo Departamento de Justiça, que mostra tolerância zero quanto a contratados que acreditam poder agir fora das bases da lei enquanto atuando em solo estrangeiro.

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