EUA tentam criar aliança caribenha contra a Venezuela

© AP Photo / Arnulfo FrancoObras de preparação da Cúpula das Américas no Panamá
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Durante a sua visita desta quarta-feira (8) à Jamaica e a sua intervenção na Cúpula das Américas no Panamá (9-11 de abril), o presidente estadunidense, Barack Obama, pode anunciar um “diálogo” com a Venezuela.

De acordo com o assessor adjunto da Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, citado pela mídia latino-americana, a palavra "ameaça" usada recentemente pelos Estados Unidos para qualificar a Venezuela, é uma gíria profissional.

"Os Estados Unidos não acreditam que a Venezuela represente uma ameaça à nossa segurança nacional", disse Rhodes em uma coletiva telefônica.

© AP Photo / Pablo Martinez MonsivaisBen Rhodes durante entrevista com jornalistas em 7 de abril
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Portanto, segundo explica o assessor da presidência norte-americana para assuntos da América Latina, Ricardo Zúñiga, o termo "ameaça" foi usado naquela declaração de Obama para se referir à "situação", e não à Venezuela como país.

No entanto, a declaração sobre a Venezuela como ameaça aos EUA já foi feita e permanece no discurso externo estadunidense. O presidente Obama deverá se esforçar bastante durante a sua intervenção na Cúpula das Américas para evitar acusações da parte do resto dos participantes.

Mas parece que ele não irá fazer este esforço. No encontro desta quarta na Jamaica com representantes da Comunidade Caribenha (Caricom), ele pretende convencer os países da região a reduzir o volume das importações de petróleo venezuelano para "diversificar" as suas fontes de energia.

De acordo com o consultor empresarial e ex-membro do governo estadunidense Mack McLarty, citado pelo Washington Post, "está claro que Obama parte da posição de força, com vento em popa".

Respondendo à declaração estadunidense, o governo venezuelano lançou a campanha "Obama, derroga seu decreto já!", que continua ganhando força pelo mundo inteiro.

Esta é a primeira visita de um presidente dos EUA à Jamaica em 33 anos, desde 1982.

Reaproximação simbólica

Vários analistas destacam que o rumo de "aproximação" entre os Estados Unidos e Cuba parece uma atitude simbólica cuja finalidade é atrair outros Estados caribenhos a ampliarem os seus laços com este país. E talvez os EUA queiram uma "amizade contra a Venezuela".

O recuo diplomático formal, representado por Rhodes e Zúñiga, se deve à firme posição dos representantes de muitos países da América Latina que apoiam a causa venezuelana, assim como a argentina e a brasileira.

Esta posição foi expressa inclusive pelo ex-diplomata nicaraguense Aldo Díaz Lacayo, que frisou que "toda a atividade [na cúpula] será em prol da Venezuela".

Não só ele, mas outras personalidades da região também apoiam a Venezuela na defesa dos seus direitos e soberania. A posição comum do Mercosul (Mercado Comum do Sul) e da Unasul (União dos Países Sul-Americanos) é a favor da estabilidade, isto é, em apoio à Venezuela.

Cúpula alternativa

Outro evento paralelo à Cúpula das Américas, a Cúpula dos Povos, também irá manifestar o seu apoio à Venezuela. Este evento, que começa hoje (8) e vai até o dia 11, é considerado tradicionalmente como uma reunião regional de movimentos sociais da América Latina. Neste ano, contará com a participação dos presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales.

O canal venezuelano Telesur informa sobre mais de 2 mil representantes de movimentos sociais de toda a região que irão exigir apoio à Venezuela, à Argentina e ao Brasil por causa das divergências devidas à pressão (e espionagem) dos EUA, que supostamente exercem certa influência na oposição política nestes países.

Já o portal cubano CubaDebate lembra a campanha online NuestraAmericaIndependente e NuestraAmericaUnida, que visa parar a difamação de Cuba pelos EUA.

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