Especialista árabe residente nos EUA fala de catástrofe humanitária no Iêmen

© AP Photo / Hani MohammedOperação militar no Iêmen
Operação militar no Iêmen - Sputnik Brasil
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Sama´a Al-Hamdani, analista política e jornalista do Iêmen, residente nos EUA, contou nesta quinta-feira sobre a catástrofe humanitária que tomou conta do seu país, em função da instabilidade política e conflitos entre as tribos.

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“Iêmen está sitiado. As nossas águas territoriais e espaço aéreo são zonas proibidas. Não é mais possível entrar nem sair do país. Muitas pessoas dependem da ajuda humanitária”, disse Al-Hamdani ao se apresentar no Conselho Nacional de Relações árabes dos EUA.

“Os países da coalizão afirmam pretender salvar o Iêmen. No entanto, mais de 4900 pessoas (e esse número cresce a cada dia) estão presas em aeroportos do mundo todo, pois nenhum país quer emitir visto para elas. Iemenitas não conseguem visto para viajar para lugar algum. Até o presente momento, o único país a receber refugiados do Iêmen é a Somália”, lamentou ela.

Segundo a especialista, 250 mil refugiados da Somália ficaram praticamente presos no país e vivem em condições precárias. Bem como os refugiados sírios e iraquianos. “Falta medicamentos e a situação em Aden e Sanaa só faz piorar”. 

Capital do Iêmen após bombardeios - Sputnik Brasil
Capital do Iêmen após bombardeios
Segundo Al-Hamdani, após os ataques dos Houthis à Aden, começou uma carnificina. “Aden sofre muito hoje em dia. Muitas pessoas morreram e os corpos ficam jogados nas ruas, pois não há condições para sua retirada… O tiroteio é caótico, cada um pode se tornar alvo”, explicou a palestrante.  

Ao mesmo tempo, Arábia Saudita e seus aliados realizam ataques aéreos em áreas densamente povoadas, pontou a especialista. Falta jornalistas na região, bem como representantes de ONGs, ou seja, “é muito difícil saber quem está matando quem”. 

Al-Hamdani questionou a realização de ataques aéreos no seu país. “Como é possível derrotar uma ideologia submetendo todo um povo aos bombardeios?”. Como resultado disso, completou ela, 26 milhões de iemenitas podem se tornar reféns da disputa regional entre o xiismo do Irã (que supostamente estaria apoiando os rebeldes Houthis) e o sunismo da Arábia Saudita (que busca restaurar o governo do presidente Abed Rabboo Mansour Hadi).   

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Na semana passada, a coalizão internacional liderada por Arábia Saudita e outros países do Golfo Pérsico, bem como com a participação do Egito, Jordânia e Sudão, iniciaram uma operação militar no Iêmen contra os rebeldes Houthis, que tomaram controle da maior parte do país, inclusive da capital, Sanaa. 

O objetivo da operação é restaurar no poder o presidente Abed Rabboo Mansour Hadi.

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