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Indonésia rejeita pedido de troca da Austrália, e presos serão executados

© REUTERS / Antara Foto/Yudhi MahatmaO presidente da Indonésia, Joko Widodo (E), acompanhado pelo vice-presidente, Jusuf Kalla
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Autoridades da Indonésia disseram, nesta quinta-feira, que não irão aceitar a oferta da Austrália para a troca dos dois traficantes presos, que deverão ser fuzilados nos próximos dias. O último pedido foi feito para tentar salvar a vida de dois australianos.

Andrew Chan e Myuran Sukumaran, de 31 e 33 anos, respectivamente, foram condenados à morte em 2006 por tentar contrabandear mais de 8 quilos de heroína de Bali para a Austrália em 2005.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Yasonna Laoly, disse que a troca poderá ser feita no futuro no caso de outros crimes, mas não para pessoas que já foram sentenciadas à morte, sob as duras leis indonésias contra as drogas. "No que diz respeito a este crime, vamos dizer não", disse Laoly após encontro com o presidente Joko Widodo.

A ministra de Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, ligou para o chanceler indonésio Retno Marsudi, que havia concordado repassar as informações ao presidente.

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"O que estamos tentando fazer é ver as opções de presos que estão disponíveis para troca", afirmou a ministra de Relações Exteriores da Austrália,Julie Bishop.

Bishop propôs repatriar três indonésios que estão presos na Austrália em troca da vida dos australianos. A proposta foi feita pelo telefone na noite de terça-feira. Na quarta-feira, a Indonésia anunciou que os traficantes seriam transferidos para a prisão de segurança máxima em Bali, local onde serão realizadas as execuções. Os australianos estão presos há 10 anos.

A ministra de Relações Exteriores e o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, estiveram entre os 40 legisladores que se reuniram em frente ao Parlamento australiano para uma vigília à luz de velas em apoio aos prisioneiros que estão no corredor da morte.

Abbott disse que solicitou outra conversa por telefone com o presidente, após o último apelo da Austrália pela vida dos prisioneiros.

"Eu não posso garantir que o pedido será aceito, mas eu fiz o pedido porque o governo e a população da Indonésia precisam saber que isso é importante para nós", disse Abbott. "Nós respeitamos a Indonésia e honramos sua amizade, mas vamos continuar lutando pelos nossos valores e defendendo os cidadãos australianos", acrescentou o primeiro-ministro.

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Os dois australianos estão entre os nove traficantes estrangeiros que devem ser executados em breve, apesar dos pedidos de clemência de vários de seus governos. Um indonésio também será executado. Dentre os estrangeiros estão o brasileiro Rodrigo Gularte, três nigerianos, uma mulher filipina, um francês e um cidadão de Gana.

Gularte, de 42 anos, foi condenado por entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf. Ele está preso desde 2004. A família tenta provar às autoridades que ele sofre de esquizofrenia para evitar o fuzilamento e transferi-lo para um centro psiquiátrico.

O plano de execução tem deteriorado as relações entre a Indonésia e os outros países envolvidos, especialmente com a Austrália e o Brasil. O presidente Widodo recebeu diversas ligações dos líderes estrangeiros perguntando se as execuções poderiam ser canceladas mas todos os pedidos foram rejeitados. Ele prometeu não ceder, justificando que a Indonésia está em emergência por causa das drogas.

Na semana passada, o governo da Indonésia protestou e chamou de volta seu embaixador que foi recém-designado ao Brasil, Toto Riyanto, depois que a presidenta Dilma Rousseff recusou sua credencial.

A Indonésia executou seis traficantes em janeiro, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos. Mais de 130 pessoas estão no corredor da morte. Destes, 57 estão condenados por causa do tráfico de drogas.

fonte: Estadão Conteudo

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