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Crise financeira não afetou Escolas de Samba no Rio e em São Paulo

Crise financeira não afetou Escolas de Samba no Rio e em São Paulo
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O Carnaval 2015 das Escolas de Samba do grupo especial no Rio de Janeiro e em São Paulo conseguiu superar a crise financeira e a escassez de água com criatividade, sem que as agremiações perdessem o luxo de seus desfiles. A análise é feita pelo jornalista, sociólogo e pesquisador de Carnaval, Bruno Filippo.

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Segundo o sociólogo, as escolas de samba se utilizaram de estratégias de patrocínio vindo de grandes empresas ou governos para driblar a recessão. “As escolas se pautaram por fazer enredos patrocinados, que já são uma tendência no Carnaval do Rio e de São Paulo, o que acaba sendo a solução para a crise e para que as escolas de samba consigam fazer desfiles competitivos. Não consegui identificar essa recessão no desfile, ou seja, o luxo das fantasias, o acabamento, o alto padrão de desfile, que principalmente o Rio de Janeiro realiza, se mantiveram, apesar dos problemas financeiros.”Atualmente, as 12 agremiações do grupo especial recebem da Prefeitura do Rio um auxílio de cerca de R$ 5 milhões de reais, porém esse valor já não é suficiente. Bruno Filippo explica que as escolas que mais investem despendem muito mais num desfile. “Aquelas que investem mais dinheiro gastam em torno de 10 a 15 milhões de reais, e a isso se somam outras receitas, principalmente a de patrocínio.”

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O sociólogo cita ainda o caso da campeã do Carnaval do Rio 2015, a Beija-Flor, que está causando polêmica, pois recebeu R$ 10 milhões do governo ditatorial da Guiné Equatorial, para falar, este ano, da África. Bruno Filippo, no entanto, alerta que, apesar da polêmica, o julgador no momento do desfile tem que ser imparcial quanto a essas questões. “Foi uma repercussão muito grande esse patrocínio da Guiné Equatorial, tanto durante o desfile como na mídia brasileira e até internacional, mas é bom salientar que o julgamento não leva em conta problemas como esse. O julgador é orientado a ser isento, a ter uma visão restrita do que se passa no Sambódromo. Então, se um enredo foi patrocinado ou não por um governo ditatorial ou não, não é da função do julgador tirar ponto da escola por isso.”

Como pioneiro na implantação do ensino superior de Carnaval no Rio de Janeiro, o pesquisador falou ainda sobre a evolução do Carnaval, quanto à qualificação da mão de obra que faz a festa da folia, que para ele precisa ser cada dia mais profissional, mas ainda tem uma forma amadora diante de um espetáculo tão grandioso. A ideia é a que os aspectos econômicos do carnaval sejam ainda mais valorizados, sem perder o lado cultural. “Nós, quando trouxemos a ideia de desfile mais profissional, queríamos na verdade que a realidade vista num desfile pelas pessoas, ou seja, o evento grandioso com que todos se impressionam, que isso resultasse também na profissionalização das pessoas que trabalham com o Carnaval, porque o desfile é grandioso, mas nem sempre o seu processo de produção o é. Às vezes existe algo muito amador por trás de um desfile que se realiza de maneira muito grandiosa, e a gente queria dar um salto qualitativo nesse processo produtivo.”

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