China poderá converter o Kiev e o Minsk em porta-aviões avançados?

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Ao registrar ultimamente um verdadeiro surto na Internet chinesa, os debates sobre a possibilidade os antigos cruzadores porta-aviões soviéticos Kiev e Minsk serem modernizados e transformados em porta-aviões modernos, têm igualmente atraído a atenção dos observadores internacionais.

Essa reconversão será realmente possível? Poderá a China aumentar o potencial da sua frota de porta-aviões através da reconstrução do Kiev e do Minsk?

Quanto à primeira pergunta, a resposta pode ser totalmente precisa e definitiva: sim, é possível. O Kiev e o Minsk poderão ser modificados e transformados em porta-aviões de tipo moderno, que correspondam a 100% aos requisitos apresentados à classe de embarcações capazes de portar aeronaves desenhadas para decolagem e pouso convencional, ou seja, por assim dizer, "horizontal".

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A resposta à segunda pergunta, que tem a ver com a rentabilidade de tal projeto, também é bastante evidente. O projeto será altamente ineficiente, e a probabilidade de que a China tente implementá-lo em qualquer momento é extremamente baixa. Em termos de custos, a realização de semelhante projeto seria equiparável à construção de novos porta-aviões, acarretando, além disso, grandes riscos técnicos, enquanto os resultados finais seriam previsivelmente muito medíocres.

Ao contrário do cruzador porta-aviões Varyag, um antigo navio soviético modernizado pela China, o Kiev e o Minsk podiam portar apenas os Yak-38 de decolagem vertical e helicópteros. Além disso, são muito mais antigos que o Varyag. O Kiev, o mais antigo dos porta-aviões soviéticos, entrou ao serviço da Marinha Soviética em 1975, quase há 40 anos. O Minsk começou a ser operado pela Marinha Soviética em 1978. Na charneira dos anos 1990, no momento de colapso da União Soviética, ambos os navios já mostravam um desgaste substancial.

Portanto, os custos e as dimensões das obras que um projeto de modernização e reconstrução destes navios implicaria, seriam absolutamente incomparáveis com os gastos e o trabalho para modernizar o Varyag convertido no Liaoning. A China adquiriu o Varyag quando este já estava quase 70% pronto; os restantes 30%, ou perto disso, consistiram principalmente em reorganização e algumas melhorias dos espaços interiores do navio, assim como instalação de armas, equipamentos aviônicos e outros equipamentos especiais para manutenção de aeronaves embarcadas.

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Dos quatro cruzadores porta-aviões soviéticos de projetos 1143.1 – 1143.4, só um, o Admiral Gorshkov, que é atualmente o Vikramaditya indiano, tem sido modernizado para ser um porta-aviões "clássico", com MiG-29K embarcados. O Admiral Gorshkov, do projeto 1143.4, ou seja, o mais novo e mais avançado dos navios referidos anteriormente, entrou na Marinha Soviética em 1987 e foi operado apenas até 1992, o que predeterminou o seu desgaste muito ligeiro. É de salientar também que o projeto de sua modernização para Vikramaditya foi executado pelo mesmo gabinete de projetos que tinha desenvolvido todos os porta-aviões soviéticos do projeto 1143 – o Nevskoye Design Bureau (Nevskoye PKB, na sigla em russo).

No entanto, a tarefa de modernização foi muito árdua, mesmo para o Nevskoye PKB, que teve à sua disposição especialistas experientes, o pacote de documentos completo e todas as informações sobre os pormenores do design do navio. Na prática, o navio foi desenhado completamente de novo. Os elementos estruturais foram na sua maioria alterados, incluindo as caldeiras do grupo motopropulsor principal, o hangar e o convés de voo com todos os equipamentos. Além disso, foi edificada uma nova superestrutura e radicalmente modernizados os aviônicos e as armas.

O trabalho foi complicado por falhas constantes, atrasos e pela necessidade de aumentar constantemente o orçamento original. O contrato para reconstruir o navio e todos os documentos inerentes ao mesmo foram assinados em 2004. Originalmente, o plano previa a conclusão dos trabalhos em 2008, mas na realidade a Marinha Indiana recebeu o navio só em 2013.

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Assim, foi demonstrada a viabilidade teórica e prática de converter cruzadores porta-aviões soviéticos em porta-aviões de tipo moderno. Mas também se tornou patente quão complicado é este desafio.

Para a China, a implementação do projeto seria mais difícil do que para a Rússia, porque a China não dispõe de todo o conjunto de conhecimentos e informações sobre o design de ambos os navios, nem tem especialistas que participem do desenvolvimento do seu projeto e da sua construção. Em teoria, a China poderia pedir à Rússia o projeto de reconversão que já existe no Nevskoye PKB.

Contudo, a China prefere, tanto quanto sabemos, cumprir o programa de porta-aviões se apoiando nas suas próprias forças. Aparte disso, é de levar em linha de conta o desgaste significativo dos cascos e das máquinas do Kiev e do Minsk. Por conseguinte, o projeto de modernização destes navios seria bastante dispendioso e a sua implementação se estenderia, provavelmente, por mais de uma década. Com tudo isso, os navios obtidos no final seriam capazes de transportar um grupo de aeronaves bastante reduzido e teriam os cascos já em estado avançado de desgaste. Portanto, neste momento, esse projeto não faz obviamente qualquer sentido.

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