Xi Jinping e Barack Obama procurarão aproximar posições

© AFP 2023 / MANDEL NGAN / AFPPresidente dos EUA Barack Obama e o presidente chinês Xi Jinping
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O líder chinês poderá ouvir o presidente dos EUA, mas não tem obrigação de se apressar a tomar decisões na esfera político-militar. A China e os Estados Unidos têm contradições demasiado profundas no leste da Ásia para harmonizar os seus interesses.

Tais são as previsões feitas por especialistas russos em conexão com o início dos preparativos para a visita do presidente chinês, Xi Jinping, nos EUA. O embaixador da China em Washington, Cui Tiankai, disse que a visita deverá ocorrer ainda este ano.

A cúpula sino-americana será fortemente ensombrada pelo início da campanha presidencial nos EUA, acredita o diretor do Centro de Pesquisas Sociais e Políticas, Vladimir Evseyev. Barack Obama vai abandonar o cargo e será substituído, com grande probabilidade, por um republicano, que fará ajustes substanciais na política externa.

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Xi Jinping será extremamente reticente em dar alguns passos novos, porque não terá, na prática, um interlocutor com quem chegar a acordos na esfera político-militar, afirma o perito. Além disso, as partes têm diferentes ópticas sobre a agenda da cúpula.

"A China está avançando gradualmente para ocupar a primeira posição na economia mundial, e na cúpula, com certeza, vai focar uma maior atenção neste tema. A China desejaria que as relações com os EUA na esfera econômica se desenvolvam sem cataclismos. Para a China seria importante manter o nível atual de cooperação econômica, de modo a não criar problemas adicionais para o acesso de produtos chineses ao mercado americano.

"Os interesses dos EUA são bastante diferentes. É de suma importância para eles que Pequim suspenda pelo menos a reaproximação a Moscou e o confronto com Washington na Ásia. E baixe, além disso, a sua atividade na região. Os EUA vão tentar acordar que a China não crie problemas adicionais para eles e seus aliados. O líder chinês poderá ouvir, mas não tem obrigação de se apressar a tomar decisões. Ele precisa entender quem irá dirigir os EUA depois de Obama".

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A China e os EUA têm divergências muito sérias na abordagem da situação no leste da Ásia, opina Aleksandr Larin, especialista do Instituto do Extremo Oriente. Nomeadamente, se trata dos litígios territoriais no mar, dos esforços dos EUA para alargar a sua presença na região e da postura ativa da China para os desencorajar. Em particular, através do reforço dos laços com a ASEAN. Xi Jinping e Barack Obama não têm outro remédio senão procurar formas de convergência, ressalta o especialista:

"É pouco provável que, com todos esses problemas, eles façam alguns progressos decisivos, atingindo um ponto de inflexão. No entanto, não se pode descartar que ambas as partes dêem passos emblemáticos, visto que as duas grandes potências estão vinculadas por relações econômicas muito estreitas. O poderio militar de cada um destes países é também grande. Em consequência disso, eles entendem o imperativo de coordenar seus interesses, evitar a deterioração das relações e um confronto agudo. É justamente isso o que vai empurrar Xi Jinping e Barack Obama para harmonizar os interesses e chegar à reconciliação".

Nesta segunda-feira (9), tornou-se conhecido que o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, viajará a Moscou no início de abril, para finalizar os preparativos da visita do presidente Xi Jinping à Rússia. Em maio, Xi Jinping participará em Moscou dos eventos comemorativos do 70º aniversário da Vitória na Segunda Guerra Mundial. Espera-se que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, assista às celebrações do 70º aniversário da vitória do povo chinês na guerra contra o Japão, que serão realizadas no início de setembro, em Pequim.

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