Lavrov: Ocidente entende que crise na Ucrânia não pode ser resolvida com acusações

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A compreensão e a necessidade de abandonar as acusações infundadas, em conexão com a situação na Ucrânia, e de começar a falar sobre a criação de um sistema de segurança europeia estável estão crescendo nos países ocidentais, disse o chanceler russo Sergei Lavrov durante a Conferência de Segurança de Munique.

"No formato bilateral, houve conversas concretas sobre a necessidade de resolver a crise na Ucrânia, porque as pessoas estão morrendo e o país está sendo destruído. Mas, além disso, se falou sobre um sistema de segurança europeu sólido, confiável, resistente a quaisquer choques e que não crie "áreas cinzentas". Esse interesse existe", disse o ministro.

Antes disso, o chanceler russo declarou que Moscou poderá ser o garante de possíveis acordos entre ambos os lados do conflito na Ucrânia.

“Se os principais participantes do processo de Minsk, as autoridades ucranianas e os representantes das proclamadas repúblicas populares de Donetsk e de Lugansk, chegarem a acordo sobre cada um dos cinco pontos do acordo de Minsk, estou convencido que a Rússia estará entre os que garantirão a implementação desses acordos”, disse ele.

Lavrov também tem certeza que a Alemanha e a França podem oferecer tais garantias.

Comentando o conflito em Donbass e a posição dos países do Ocidente, o chanceler russo manifestou que os EUA, durante todas as etapas da crise ucraniana, deram passos que só levavam à sua escalada.

Ao mesmo tempo Lavrov está satisfeito com o fato de cada vez mais países europeus estarem contra o plano de fornecimento de armas letais à Ucrânia. Ele acrescentou que tal plano pode piorar a tragédia do povo ucraniano.

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Alemanha não fornecerá armas letais à Ucrânia
“A Rússia continuará a tentar alcançar o estabelecimento da paz na Ucrânia, nós somos consequentemente a favor de um cessar-fogo, da retirada de armamentos pesados e do início de negociações diretas entre Kiev e Donetsk e Lugansk”, frisou o chanceler.

Durante o seu discurso em Munique, Lavrov também se dirigiu a Kiev e frisou que as autoridades ucranianas não devem contar com apoio exterior na solução de problemas internos.

Kiev está realizando desde meados de abril uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de 5.000 civis já foram vítimas deste conflito.

Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito.

O Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou que as Forças Armadas ucranianas estão a aumentar os efetivos em todas as zonas onde ocorrem combates. Os independentistas, por seu turno, declararam que fizeram "avançar a linha da frente" para evitar os bombardeios de zonas residenciais das cidades por parte do exército ucraniano.

A Rússia considera que os últimos acontecimentos na região de Donbass comprovam os piores receios: Kiev tenciona resolver a situação por via militar.

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