EUA geram 'instabilidade' e 'pobreza' no Oriente Médio, diz ministro chinês

© REUTERS / Andreas GebertMinistro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante discurso na Conferência de Segurança de Munique, no dia 15 de fevereiro de 2020
Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante discurso na Conferência de Segurança de Munique, no dia 15 de fevereiro de 2020 - Sputnik Brasil
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Em entrevista, na qual faz raras críticas abertas aos EUA, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, questiona as motivações da presença dos EUA no Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, concedeu uma entrevista à agência de notícias Reuters durante visita à capital alemã, Berlim, nesta sexta-feira.

Durante sua exposição, o ministro questionou se a presença militar dos EUA no Oriente Médio forneceria "garantia de segurança" para a China e para os países da região: "Acho que muitos nos países do Oriente Médio discordariam desta ideia."

"A realidade é que, nas últimas décadas, os Estados Unidos iniciaram várias guerras no Oriente Médio, causaram uma quantidade imensa de danos e trouxeram muito sofrimento para os povos de vários países do Oriente Médio. Isso é fornecer garantia de segurança para o Oriente Médio?", questionou Wang.

Para ele, os "métodos norte-americanos" inviabilizaram a manutenção da "estabilidade e o desenvolvimento" econômico regional. "Pelo contrário, causaram uma situação perene de instabilidade e pobreza", lamentou.

© AP Photo / Bilal HusseinCriança refugiada olha pela janela do ônibus que a leva de volta para a casa, na Síria, em janeiro de 2019
EUA geram 'instabilidade' e 'pobreza' no Oriente Médio, diz ministro chinês - Sputnik Brasil
Criança refugiada olha pela janela do ônibus que a leva de volta para a casa, na Síria, em janeiro de 2019

"O fato é os EUA têm como objetivo proteger seus próprios interesses. [As ações dos EUA] não geraram benefícios para o Oriente Médio. O que estou falando é a mais pura verdade", declarou Wang.

Choque de civilizações?

O ministro defendeu o direito de cada nação definir o seu modelo de desenvolvimento, dizendo respeitar modelos diferentes daquele que foi adotado na China.

"Os EUA têm o seu sistema [...] e nós acreditamos que isso é uma escolha do povo norte-americano. A China não vai interferir nos assuntos internos dos EUA. Da mesma forma, o atual sistema e caminho da China, que é o socialismo com características chinesas, é uma escolha do povo chinês, e tem tido grande sucesso na China", explicou.

Para o ministro, "todos os países tem o direito de se desenvolver" e gozam de igualdade soberana.

"A China sempre acreditou que nenhuma civilização é superior a outra. Cada cultura é criada a partir de sua história e cultura, cada civilização tem seus próprios valores", declarou Wang.

Wang se reuniu em Berlim, nesta sexta-feira (14), com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o seu homólogo alemão, Heiko Maas, em sua primeira viagem ao exterior após o início da crise relacionada ao coronavírus.

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