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Brasil quer crescer sem OPEP: remodelação do mercado de petróleo à vista?

© Sputnik / Laura Korobkova / Acessar o banco de imagensUma plataforma petrolífera perto do Rio de Janeiro
Uma plataforma petrolífera perto do Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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Brasil não se unirá à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e tem intenções de aumentar drasticamente a produção de petróleo.

Trata-se de um grande golpe para os membros da OPEP+ que já concederam uma parcela significativa no mercado petrolífero aos produtores dos EUA e Noruega. Se o Brasil aderir a esta expansão, as novas reduções de fornecimento não vão servir de nada.

O Brasil quer se encaixar entre os cinco maiores exportadores de energia até 2030 e aposta em investimento privado para aumentar a produção de petróleo e gás, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Na Índia, o ministro expressou que a ideia era aumentar a produção e participar mais do mercado internacional de petróleo e gás. Segundo o ministro, o Brasil não planeja fazer parte da OPEP ou de qualquer outra associação ou grupo de produtores de petróleo, pois o país não quer restrições e sim "aumentar nossa produção".

Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o diretor-geral do setor de Energia do Instituto de Energia e Finanças da Rússia, Aleksei Gromov, comentou as eventuais consequências e perigo que a decisão do Brasil de não fazer parte da OPEP pode ter e se isso pode significar uma próxima tentativa de remodelação do mercado mundial de petróleo.

© ©Agência PetrobrasPlataforma Petrobras
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"Brasil nunca foi membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo nem da aliança OPEP+. Acredito que os integrantes desta aliança procuraram envolver o Brasil nas atividades para contribuir com a estabilização da situação no mercado internacional de petróleo, e foram realizadas até mesmo as devidas negociações, sendo que Brasil nos últimos anos alcançou uma melhoria substancial na realização dos seus projetos na esfera da petróleo e gás na plataforma continental brasileira", afirmou Gromov.

Gromov acrescentou que é possível compreender a decisão do Brasil, já que o país vive agora um momento em alta na indústria petrolífera. O Brasil espera que em curto prazo a sua produção de petróleo aumente, o que aumentaria sua participação no mercado global.

"Não dá para falar em uma remodelação do mercado mundial de petróleo com o posicionamento declarado do Brasil. Obviamente, a decisão oficial do Brasil de rejeitar o convite para fazer parte da OPEP deixa claro que o Brasil não acredita no papel estabilizador desta organização e procura realizar a sua própria estratégia de negócios no mercado internacional de hidrocarbonetos", reforçou.

A produção de óleo cru atingiu recorde histórico no Brasil em novembro de 2019, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo. Plataformas como a P-74, P-75 e P-76 estariam operando a mais de 80% de sua capacidade.

A OPEC e países aliados, em formato conhecido como OPEP+, estão restringindo suas respectivas produções para manter o preço do barril acima de US$ 60 (cerca de R$250). O acordo vigora até março de 2020, quando o grupo deve se reunir novamente.

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