Análise: China usará Paquistão para impedir que Índia se aproxime ainda mais dos EUA

© AP Photo / Thomas PeterPresidente chinês Xi Jinping com o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan
Presidente chinês Xi Jinping com o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan - Sputnik Brasil
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Ninguém vai ajudar a Índia a retirar o Paquistão de consideração se Nova Deli não fizer por si só, segundo um analista do Instituto de Pesquisar e Análises de Defesa (IDSA, na sigla em inglês).

Assim como a maioria dos grandes atores globais, a China também usou a sua proximidade com o Paquistão e a atual vantagem comercial sobre a Índia para impedir que Nova Deli se aproximasse dos EUA, afirmou o doutor Baru, que foi conselheiro do ex-primeiro-ministro indiano Manmohan Singh, para um jornal indiano nesta segunda-feira (14).

"Respondendo às relações mais estreitas da Índia com os EUA, em um momento em que as relações EUA-China se deterioraram, a China desenvolveu uma estratégia de redução de riscos, reforçando a parceria com o Paquistão", afirmou o doutor Baru em artigo publicado no Indian Express.

Sobre a balança comercial estar a favor da China, o analista ressaltou a segunda reunião informal do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi (depois de Wuhan em abril de 2018), com o presidente chinês Xi Jinping, na cidade turística de Mahabalipuram, no sul da Índia, e a decisão significativa de elevar o diálogo econômico bilateral.

Interesses da China

A opinião da Índia de que a China usou o regime de comércio multilateral para entrar no mercado indiano sem oferecer igualdade de acesso ao seu próprio mercado é parcialmente correta.

Nova Deli pode procurar maneiras de exportar mais para Pequim e fazer correções de curso econômico internamente para garantir uma parceria mais igualitária, destacou o analista.

"O Paquistão se oferece voluntariamente ao maior licitante [...] A prioridade da Índia na busca de boas relações com a China não é diferente do seu interesse em buscar boas relações com outras potências globais – para assegurar um ambiente global e regional propício ao desenvolvimento econômico da própria Índia", opina o doutor Baru.

"Eu sempre insisti que a Índia busca o mesmo nível de engajamento com os EUA que a China já tem - dadas as relações de empresas para empresas e de pessoas para pessoas mais desenvolvidas dos EUA com a China", acrescentou.

A Índia está consciente do seu "diferencial de poder crescente" em relação à China e, por conseguinte, está utilizando interações como Wuhan e Mahabalipuram para realizar o seu objetivo duradouro de ter uma "economia mais forte, mais produtiva e competitiva".

O diálogo informal regular entre a Índia e a China pode contribuir em muito para eliminar o déficit de confiança existente e, nesse contexto, "a próxima década" é crucial para ambos, não obstante os choques nos laços bilaterais, concluiu o analista.

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