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Bolsonaro se alia mais com Trump do que com os EUA e isso não é bom sinal, diz especialista

© AP Photo / Evan VucciDonald Trump e Jair Bolsonaro durante a conferência de imprensa em Washington
Donald Trump e Jair Bolsonaro durante a conferência de imprensa em Washington - Sputnik Brasil
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Preocupados com os rumos do atual governo brasileiro, congressistas dos EUA estão cobrando das autoridades norte-americanas mais cautela e vigilância nas relações com Brasília.

Deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos emitiram na terça-feira (24) uma resolução em que criticam o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e "demonstram preocupação com as ameaças aos direitos humanos, ao Estado de Direito, à democracia e ao meio ambiente no Brasil".

A moção foi publicada na terça-feira às 9h20, dez minutos antes de Bolsonaro fazer seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Ela foi protocolada pelos deputados Raúl Grijalva, Ro Khanna e Deb Haaland e co-assinada por outros 12 congressistas.

Entre outras coisas, o documento pede que o governo dos Estados Unidos se oponha a empréstimos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento a projetos que possam contribuir para mais desmatamentos no Brasil, condena os elogios de Bolsonaro à ditadura militar, denuncia o suposto racismo e ataques aos direitos humanos do líder brasileiro, critica a violência policial e questiona a falta de progresso na resolução do caso Marielle Franco.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Pedro Costa Júnior, especialista em Política Exterior dos EUA e autor do livro "O Poder Americano no Sistema Mundial Moderno: Colapso ou Mito do Colapso?", disse que, embora simbólica, a ação é preocupante para o Brasil.

"Eles estão sinalizando que a nossa política externa não está agradando em diversas bandeiras, que vão desde direitos humanos até a questão do meio ambiente. Isso reflete diretamente na nossa parceria com um dos nossos principais parceiros políticos, econômicos e estratégicos no sistema internacional que são os Estados Unidos", disse.

Pedro Costa Júnior entende que o erro está no fato de que a política do governo Bolsonaro optou por um alinhamento com Donald Trump, não necessariamente com os Estados Unidos.

"As relações, ainda que passem pelo pessoal, sempre são relações de Estados a Estado e relações que tem que ser vistas sempre no médio e no longo prazo, levando em consideração os interesses nacionais e os interesses do Estado", afirmou.

Costa Júnior chamou a atenção também para o fato do documento questionar o fato de Trump ter nomeado o Brasil como um aliado extra-OTAN.

"Entre outras coisas que esse documento diz é de que é preciso revisar o apoio ao Brasil enquanto candidato a OTAN. E a partir do momento em que nós colocamos todas as fichas de nossa política externa não pela diversidade, não pela multipolaridade, não pelo apoio da pluralidade de parceiros internacionais, a gente está se isolando cada vez mais e alinhando com a política externa trumpista", comentou.

O problema, segundo Pedro Costa Júnior, pode ocorrer já em 2020, quando os EUA passarão por novas eleições.

"O presidente Bolsonaro se alinha não exatamente ao governo americano, mas ao presidente Trump. E ano que vem tem eleições nos EUA e o presidente Trump pode não ser reeleito. Como ficaremos?", questiona.

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