‘Número de tropas inimigas ao redor da Rússia é sem precedentes’

© AFP 2023 / Vano ShlamovVeículos de combate de infantaria Bradley e tanques M1A2 Abrams norte-americanos durante os exercícios conjuntos georgiano-americanos Noble Partner 2016 perto de Tbilisi, Geórgia, 18 de maio de 2016
Veículos de combate de infantaria Bradley e tanques M1A2 Abrams norte-americanos durante os exercícios conjuntos georgiano-americanos Noble Partner 2016 perto de Tbilisi, Geórgia, 18 de maio de 2016 - Sputnik Brasil
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A concentração atual de forças inimigas perto das fronteiras russas é inédita desde a invasão nazista em 1941, disse o cientista político norte-americano, especialista em estudos russos, professor Stephen Cohen, no show de John Batchelor, transmitido pela emissora americana WABC.

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O seu comentário surge após as últimas ações da OTAN para fortalecer as suas posições na Europa do Leste.

“Tenho uma questão para Washington porque é Washington quem controla a OTAN. Será que não realizamos que nos estamos deslocando rumo a uma guerra real com a Rússia ou é um plano de provocar a Rússia para ações militares?”, pondera o professor.

Se os EUA, com efeito, não realizam que consequências graves as suas ações podem ter, devem “acordar”.

Se a resposta correta for a segunda – ou seja, se os EUA não estão contra uma guerra contra a Rússia, devem “estar loucos”, afirmou o professor norte-americano. Segundo ele, um conflito militar de tal envergadura necessariamente acabaria com o uso de armas nucleares por uma das partes. 

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Cohen disse que já um mês que observa o reforço permanente das forças da OTAN ao longo de fronteiras da Rússia – na terra, no mar e no ar. De acordo com o especialista, tais forças inimigas não se aproximaram a Moscou desde o início da Segunda Guerra Mundial. Os russos guardam uma memória viva daquela guerra e por isso levam as ações da OTAN muito a sério.

O professor norte-americano presta atenção ao fato de que o pretexto para reforçar as posições dos EUA e da OTAN na Europa foi inventado. Cohen citou a declaração do chefe do Pentágono, Ashton Carter, que falou sobre a agressão russa na Europa do Leste.

Cohen afirmou que não está claro o que Carter quer dizer com “agressão”. Não pode falar de vitórias russas sobre o grupo terrorista Daesh na Síria, sublinhou o professor.

“O que precisamente fez Putin? Dizer-nos que ele realize agressão de alguma forma ou a intensifique não é uma resposta que pode justificar a prontidão dos EUA de entrar na guerra contra a Rússia“, disse.

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Cohen destacou que a Rússia somente reage às ações da OTAN e tem pleno direito de fazer isso. O cientista político recordou que Putin não demorou e diretamente declarou que as ações da aliança ameaçam o seu país.

Ao mesmo tempo, a aliança se queixa de que a Rússia “desloca as suas tropas cada vez mais perto da OTAN”.

“Claro que ela faz isso, porque a OTAN está próxima das fronteiras russas”, esclareceu Cohen.

Segundo o especialista, a Rússia tem o direito de instalar as suas forças onde quer que seja, inclusive na Crimeia ou em Kaliningrado.

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A crise atual nas relações bilaterais, na opinião de Cohen, é muito parecido com a de mísseis de Cuba de 1962. Mas há alguns razões que provam que agora a situação é ainda mais perigosa que naquela altura. Em particular, disse que em 1962 os mísseis da USSR foram instalados “a distância de 145 km dos EUA“ e agora os mísseis da OTAN são instalados ainda mais perto – à porta da Rússia.

Além disso, segundo o especialista, a crise de 1962 teve somente um ponto de confrontação geopolítica. Agora são mais de um, inclusive os países Bálticos, a Ucrânia, a Turquia e a Síria.

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