De acordo com Lavrov, o encontro, que deverá acontecer em breve em algum lugar da Europa, abordará três principais diretrizes: a manutenção do regime de cessar-fogo, a prestação de ajuda humanitária e o processo político. "Há progresso em cada uma destas áreas. Esse progresso é bastante frágil, mas nós fazemos de tudo para que esse movimento se torne estável em todas as direções" – disse.
De acordo com o ministro, no que diz respeito ao processo político, muito depende da postura de alguns grupos da oposição síria, como o autointitulado Supremo Comitê de Negociações (SCN), que até agora vem sabotando as negociações com uma postura intransigente, contrária às resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre a regulação da crise. Nesse sentido, o chanceler explicou que o processo político não pode ser ditado por esses grupos, e que tópicos como reforma política, período de transição e nova constituição devem ser debatidos mediante um diálogo construtivo com a participação de toda a sociedade síria.
Com relação ao tema humanitário, Lavrov revelou que, com a implementação da trégua, foi possível obter progressos significativos na prestação de ajuda a muitas regiões atingidas pelo conflito. Ele destacou, no entanto, que algumas regiões continuam enfrentando o bloqueio das tropas do governo e, principalmente, de forças da oposição. Além disso, segundo ele, existe também o problema do bloqueio turco a um posto de controle na fronteira entre a Síria e Turquia, impedindo a prestação de ajuda humanitária àquela região.
Por fim, comentando o cessar-fogo, Lavrov elogiou os resultados positivos da implementação desse regime e o trabalho conjunto que vêm sendo realizado por militares russos e americanos nesse sentido.
"Ninguém esperava por uma redução tão significativa do nível de violência. (…) A partir de hoje, ou de amanhã, começará a funcionar em Genebra um novo centro de controle conjunto do cessar-fogo. Será um trabalho realizado lado a lado, 24 horas por dia, sete dias por semana. O centro será receberá informações em tempo real de fonte russas e americanas" – explicou o ministro.